Governo de Minas

Leônidas Oliveira é escolhido para chefiar a Secretaria de Cultura e Turismo

Ex-presidente da Fundação Municipal de Cultura de BH e da Belotur aceitou o convite de Romeu Zema e elegeu políticas para trabalhadores de ambos setores como prioridades de sua gestão durante a pandemia

Sex, 08/05/20 - 15h18
Ex-presidente da Fundação Municipal de Cultura de BH, Leônidas Oliveira assume a Secretaria de Cultura e Turismo de MG | Foto: Denilton Dias / O Tempo

Minas Gerais já tem um nome para comandar a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) depois que o jornalista Marcelo Matte deixou a pasta em 24 de março. Na tarde desta quinta-feira (8), o arquiteto e urbanista Leônidas Oliveira aceitou o convite do governador Romeu Zema para chefiar a política cultural do Estado e a promoção do turismo, e será nomeado nos próximos dias.  “É o mais desafio da minha vida”, diz Oliveira, em entrevista ao Magazine, ciente de que assume o cargo em um momento delicado para a cultura e o turismo, extremamente impactados pela pandemia do novo coronavírus.

Segundo o novo secretário, sua gestão será marcada por uma atuação técnica e descentralizada, independentemente de viés ideológico, pensando em resultados e abrindo diálogo com sindicatos de classe, conselhos de cultura, produtores do turismo, artistas e demais envolvidas na cadeia dos dois setores. Diante da crise imposta pela Covid-19, ele elegeu sua ação emergencial: “Meu foco, agora, é o artista e o produtor do turismo, até pela questão de sobrevivência. Não posso pensar em outras coisas nesse primeiro momento”.

Tão logo aceitou a missão de comandar a Secult, Leônidas Oliveira disse que já começou a trabalhar no sentido de reativar contatos, buscar parceiras e entender o momento pelo qual passa os gestores de ambas as áreas no Estado. “Pedi que os sindicatos fizessem um levantamento para saber onde estão as regiões mais críticas. Nesse momento, o papel da secretaria é emergencial”, avalia. Na área do turismo, ele diz que a prioridade é olhar para o Estado e suas questões em 2020 e, no ano que vem, “pensar em Minas de forma nacional e internacional”.

Passado esse momento crítico, Oliveira diz que a missão, nos próximos dois anos, é pensar e fortalecer a economia criativa por meio de políticas públicas na cultura e no turismo, setores que devem ser vistos como patrimônios históricos, mas também como importantes agentes do PIB do Estado. “Minas precisa retomar a promoção de seu turismo, sobretudo em um momento pós-quarentena, em que as pessoas vão querer conhecer lugares, ter contato com a natureza. Preciso chegar (com investimentos) de forma mais descentralizada ao interior”, comenta.

Mineiro de São Gotardo, Leônidas Oliveira completa 38 anos no próximo dia 11, é ex-presidente da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte e da Belotur. Recentemente, ele ocupou os cargos de presidente interino da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) e de diretor-executivo da Fundação Nacional de Artes (Funarte), ambas autarquias do Governo Federal. O novo secretário também já presidiu o Fórum Nacional de Cultura.

Menos investimentos

Um dos desafios que Leônidas Oliveira encontrará na secretaria é o orçamento reduzido pela política de contingenciamento horizontal determinada pelo governador Romeu Zema para o enfrentamento da pandemia, que atingiu diversas secretarias, em especial a cultura, com corte de 95% da verba destinada ao Fundo Estadual. Oliveira cita uma liberação de R$ 11 milhões para a cultura por parte do Estado como um primeiro aporte para o setor.

O novo secretário também destaca que irá buscar diálogo junto ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que espera aprovar uma Medida Provisória que garanta uma linha de crédito de R$ 4 bilhões para reaquecer o setor. Os rcursos dependem da aprovação do Ministério da Economia.

Sem eventos

Oliveira também comentou a suspensão da Virada Cultural – da qual foi um dos criadores, em 2015 –, do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte, do Festival Internacional de Quadrinhos e do Arraial de Belo Horizonte.  Ele concorda com a medida adotada pelo prefeito Alexandre Kalil, que vai ao encontro das determinações da Organização Mundial de Saúde, mas pondera que é papel do poder público criar mecanismos para que artistas e gestores culturais tenham emprego e renda. 

“Esses cancelamos têm me deixado tristes, angustiado, me preocupo muito com isso. Não só da prefeitura, mas não estou vendo cuidado com os artistas no sentido de dar alternativas, não estou vendo em lugar nenhum. O artista é do palco, tem que se pensar em alternativas”, argumenta Leônidas Oliveira.

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