Concertos

Pianista Arnaldo Cohen comenta programa que apresenta com a Filarmônica

Carioca vem à capital mineira para duas apresentações na Sala Minas Gerais nesta quinta (1) e sexta-feira (2)

Qui, 01/08/19 - 03h00
Sala Minas Gerais será o palco para encontro entre Filarmônica de Minas Gerais e pianista Arnaldo Cohen | Foto: Netun Lima/Divulgação

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Cento e quarenta anos separam as peças “Concerto para Piano nº 17” (1784), de Mozart, e “Rhapsody in Blue” (1924), de Gershwin. Porém, o tempo que as afasta foi um estímulo para mantê-las juntas no programa que o pianista carioca Arnaldo Cohen apresenta junto à Filarmônica de Minas Gerais, nesta quinta (1) e sexta (2).

“Sou fã incondicional dos contrastes, porque acho que a música representa a vida, e a vida é baseada nisso. Creio que existe um vínculo entre o início, quando Mozart compôs essa peça, e não exatamente o fim, mas a este período mais atual, do início do século XX, de quando data ‘Rhapsody’. Essa distância (temporal) é interessante para ver a música como expressão, como uma mensagem emocional. Em um mundo como o nosso, onde a compreensão da diversidade é fundamental para vivermos e nos tornarmos mais civilizados, acho que o programa traz isso, a diversidade”, defende Cohen. “Minha fantasia é que essa seja uma mensagem para humanidade sobre a diversidade, a compreensão, a aceitação das diferenças. Mostrar que cada um tem seu lugar, sua beleza e sua importância”, reflete.

Vínculo. Cohen é velho conhecido da Filarmônica. Amigo do regente Fabio Mechetti, já se apresentou inúmeras vezes com ela – uma das última vezes foi no Teatro Municipal do Rio, no concerto em que celebrou seu aniversário de 70 anos. “A Orquestra, Mechetti, Belo Horizonte formam um conjunto especial para mim. Quando o projeto da Filarmônica começou, eu fui um dos grandes entusiastas. De certa forma, me sinto padrinho. É fenomenal, num país como nosso, ver uma orquestra crescer, se desenvolver. BH e Minas têm que se orgulhar muito, porque não é fácil manter. É preciso, das nossas autoridades, compreensão e valorização”, diz o pianista, que, após seu aniversário, declarou que vai diminuir o ritmo das apresentações – e aumentar o da sala de aula.

“Neste período da vida em que estou, não faz mais sentido viver como se tivesse 30 anos e quisesse alcançar o futuro. Não tem sentido sair de casa com um bloco, caderno e 25 passagens aéreas para tocar a mesma coisa aqui e lá”, conta. 

Ainda nos concertos de desta quinta (1) e sexta (2), a Filarmônica apresenta outra peça de Gershwin, “Porgy e Bess: um Retrato Sinfônico”, e a obra do amazonense Claudio Santoro, “Frevo”. 

Agenda
O quê. Filarmônica de Minas Gerais e pianista Arnaldo Cohen
Quando. Nesta quinta (1) e sexta-feira (2), às 20h30
Onde. Sala Minas Gerais (rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto)
Quanto. Entre R$ 46 (coro) e R$ 140 (camarote par)
Programa. "Frevo” (1982), do brasileiro Cláudio Santoro; “Concerto para Piano nº 17” (1784), do austríaco Wolfgang Amadeus Mozart; “Rhapsody in Blue” (1924) e “Porgy e Bess: um Retrato Sinfônico” (1935), ambas do norte-americano George Gershwin. 

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