Mísseis russos teriam atingido território da Polônia, país-membro da OTAN, nesta terça-feira (15). A cidade afetada fica a cerca de 64 Km da fronteira com a Ucrânia. O ataque, conforme havia previsto o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte, Jens Stoltenberg, pode resultar em retaliações das nações contra o regime de Vladmir Putin.
“Se o presidente Putin pensar em fazer algo semelhante a um país da Otan como fez com a Geórgia, Moldávia ou Ucrânia, então toda a aliança estará envolvida imediatamente”, pontuou Stoltenberg em agosto.
A imprensa internacional está reportando que o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, convocou uma reunião urgente para discutir a segurança nacional, a ser realizada ainda na noite desta terça-feira.
O ministro da Defesa da Letônia, Artis Pabriks, publicou condolências a duas pessoas que teriam sido mortas pelos mísseis. Ele afirmou que o "regime criminoso" da Rússia de Vladmir Putin atingiu territórios fora da Ucrânia.
"Duas pessoas foram mortas por mísseis russos na Polônia. Mesmo que por acidente, faz uma grande diferença. Chega de ‘linhas vermelhas’, chega de restrições ao fornecimento de armas para a Ucrânia. É necessário acabar com as forças de ocupação no território da Ucrânia o mais rápido possível", afirmou Linas Linkevicius, ex-ministro da Defesa da Lituânia.
My condolences to our Polish brothers in arms. Criminal Russian regime fired missiles which target not only Ukrainian civilians but also landed on NATO territory in Poland. Latvia fully stands with Polish friends and condemns this crime.
— Artis Pabriks (@Pabriks) November 15, 2022Two people were killed by Russian missiles in Poland. If even by accident, it makes a big difference. No more ‘red lines’, no more restrictions on the supply of arms to #Ukraine. It is necessary to end the occupying forces on the territory of Ukraine as soon as possible.
— Linas Linkevicius (@LinkeviciusL) November 15, 2022A Rússia disparou nesta terça-feira (15) mais de cem mísseis contra a Ucrânia horas após o discurso do presidente ucraniano Volodimi0r Zelenski no G20 em que ele pediu maior pressão sobre Moscou pelo fim da guerra. Uma morte foi confirmada em Kiev e pelo menos seis pessoas estão feridas.
Os mísseis lançados pela Rússia contra a Ucrânia nesta terça-feira vão aumentar a preocupação entre os países do G20 sobre o impacto da guerra no mundo, disse a Casa Branca. "Os Estados Unidos condenam veementemente os últimos ataques de mísseis da Rússia contra a Ucrânia, que parecem ter atingido edifícios residenciais em Kiev e outros locais em todo o país", disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
Reunião de emergência
O governo da Polônia, um país da Otan, convocou uma reunião de emergência de seu Conselho de Segurança Nacional nesta terça-feira (15), após a publicação de relatos sobre quedas de mísseis russos perto de sua fronteira com a Ucrânia.
"Devido à situação de crise, o primeiro-ministro Mateusz Morawiecki (...) convocou uma reunião do escritório de Segurança Nacional", disse o porta-voz do governo, Piotr Muller, a repórteres.
Apagões na Moldávia
Os bombardeios russos contra infraestruturas energéticas na Ucrânia provocaram apagões na vizinha Moldávia, denunciaram as autoridades deste país, apelando a Moscou para que cesse os ataques.
"Partes da Moldávia estão sofrendo apagões como consequência dos disparos de mísseis russos contra cidades e estruturas vitais da Ucrânia. Cada bomba que cai sobre a Ucrânia afeta a Moldávia e seu povo. Pedimos à Rússia que acabe com essa destruição agora", tuitou o ministro das Relações Exteriores da Moldávia, Nicu Popescu.
Segundo as autoridades, o país sofreu cortes de energia na maioria das suas regiões e na capital, Chisinau. O ministro das Infraestruturas e Desenvolvimento Regional da Moldávia, Andrei Spinu, especificou no Telegram que os cortes foram causados pelo "desligamento automático de uma linha de transmissão elétrica (...) por motivos de segurança".
Pentágono investiga queda de mísseis russos na Polônia
O porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, disse que o Departamento de Defesa dos Estados Unidos está "ciente" de relatos não confirmados de que mísseis russos atingiram a Polônia. "Posso dizer que não temos nenhuma informação neste momento para corroborar esses relatórios e estamos investigando isso mais a fundo", afirmou a autoridade em vídeo compartilhado pela rede ABC News no Twitter.
(Com AFP e Folhapress)