Os líderes do Brics manifestaram apoio à presidência de Dilma Rousseff no NDB (Novo Banco de Desenvolvimento) na declaração final da cúpula no Rio de Janeiro, divulgada neste domingo (6).

Dilma foi reconduzida no comando do banco do Brics para um mandato de cinco anos após articulação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que ela fosse indicada pela Rússia. A ex-presidente do Brasil, que assumiu a chefia do banco em março de 2023, no lugar de Marcos Troyjo, deve sua posição, agora no segundo mandato, a Vladimir Putin.

"Apoiamos plenamente a liderança da presidente Dilma Rousseff, cuja recondução recebeu forte apoio de todos os membros, e saudamos o firme progresso do banco em direção à sua consolidação como uma instituição global para o desenvolvimento e a estabilidade", diz trecho do comunicado.

"Essa trajetória reflete nosso compromisso compartilhado de fortalecer mecanismos financeiros que promovam o desenvolvimento inclusivo e sustentável no Sul Global [termo em referência aos países emergentes]", acrescenta.

No comunicado, os líderes dizem que o banco do Brics – criado em 2014 – "se prepara para embarcar em sua segunda década de ouro de desenvolvimento de alta qualidade". "Reconhecemos e apoiamos seu crescente papel como um agente robusto e estratégico de desenvolvimento e modernização no Sul Global", diz o documento.

No texto, os países ressaltam a capacidade do banco de "mobilizar recursos, fomentar a inovação, expandir o financiamento em moeda local, diversificar as fontes de financiamento e apoiar projetos impactantes que promovam o desenvolvimento sustentável, reduzam a desigualdade e promovam investimentos em infraestrutura e integração econômica."

No Brasil, Dilma anunciou que foram aprovados US$ 6,3 bilhões em financiamento para 29 projetos no país. Segundo ela, desse montante, US$ 4 bilhões foram desembolsados.

Na ocasião, a brasileira afirmou que uma das metas do banco é aumentar o volume de captação e financiamento em moedas locais para fortalecer os mercados domésticos.

Os países do Brics disseram também apoiar "firmemente" a expansão adicional do número de membros do NDB. Na reunião anual do banco, no Rio, a presidente anunciou a aprovação da entrada da Colômbia e do Uzbequistão. O NDB passa a contar com 11 membros – além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, já se somaram os Emirados Árabes Unidos, Bangladesh, Egito e Argélia.

"Reconhecemos e incentivamos a contínua expansão do seu número de membros e o fortalecimento de sua estrutura de governança, que aumentam a resiliência institucional e a eficácia operacional, para continuar a executar seu propósito e funções de forma justa e não discriminatória", afirma trecho da declaração.