Editorial

Acelerar a vacinação

Desafios da imunização e movimentos da sociedade para enfrentar a Covid-19

Por Da Redação
Publicado em 24 de março de 2021 | 03:00
 
 

O Ministério da Saúde comemorou mais de 14 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 aplicadas em dois meses, número superior ao de pessoas infectadas pelo coronavírus até agora. É importante reconhecer o esforço, mas, infelizmente, o momento de celebrar ainda está longe.

Em média, perto de 200 mil doses são aplicadas por dia e, neste ritmo, serão necessários pelo menos mais dois anos e meio para atingir toda a população brasileira. Mesmo que se conseguisse manter o melhor dia de vacinação, 3 de março, quando foram aplicadas 503 mil doses – segundo a Rede Nacional de Dados em Saúde –, a meta não seria atingida em menos de um ano.

Um dos desafios, a descrença em relação aos imunizantes, aos poucos vem sendo superada. Uma pesquisa Datafolha mostrou que 70% dos brasileiros apoiam a vacinação obrigatória. Em janeiro, esse índice era de 55%. Outros, contudo, persistem. Dos mais de 560 milhões de doses contratadas, conforme apresentação do Ministério da Saúde na semana passada, 208 milhões ainda apresentam pendências contratuais ou de aval da Anvisa. E a entrega das restantes ocorre a conta-gotas.

Sem imunização, o país precisa recorrer a medidas amargas, como o fechamento do comércio e o lockdown. Pelos cálculos da Instituição Fiscal Independente do Senado, cada mês de isolamento social com interrupção de mais de 50% da atividade econômica reduz o PIB em um ponto percentual. Assim, menos de três meses seriam suficientes para zerar o crescimento previsto para este ano, segundo o Boletim Focus.

Diante de tal cenário, a mobilização da sociedade para acelerar a imunização é vital, e os movimentos como o Unidos pela Vacina provam que solidariedade e cidadania são as chaves para a superação do vírus.