Um estudo da Nature Climate Change evidencia o componente socioeconômico do aquecimento global. Segundo os dados, os 10% mais ricos do mundo foram responsáveis por cerca de 65% da elevação das temperaturas entre 1990 e 2020.

Além das medidas de redução da emissão de gases de efeito estufa, uma discussão central entre as nações deve ser o financiamento do combate ao aquecimento global. Os países mais pobres precisam de pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano até o final da década para lidar com as mudanças climáticas, de acordo com meta estabelecida na COP29, no Azerbaijão, no ano passado. 

A COP30, que será realizada em Belém (PA), em novembro, é a oportunidade para continuar discutindo a questão e sensibilizar os países mais ricos. O Brasil assume um papel fundamental nesse sentido pelo seu potencial na agenda do clima e por sediar a conferência.

Economistas apontam que é possível atingir as metas de financiamento sem sobrecarregar ou conturbar a economia dos países ricos. Uma solução seria a diversificação de fontes dos recursos. Elas não viriam só das nações desenvolvidas, mas também do setor privado e de bancos de desenvolvimento, como o Banco Mundial. O financiamento climático não é apenas uma questão de responsabilidade histórica, como também de justiça ambiental.

Países em desenvolvimento são os mais afetados por eventos extremos. Sem apoio financeiro, essas nações enfrentam barreiras insuperáveis para implementar tecnologias limpas, proteger ecossistemas e construir resiliência. Diálogo e convencimento devem ser pilares centrais nas negociações.

Superar a resistência dos países ricos exige evidenciar que o investimento em soluções climáticas beneficia o planeta como um todo, reduzindo riscos globais e fomentando uma transição econômica mais equitativa. Avançar é não apenas urgente, mas essencial para garantir um futuro sustentável e solidário para todo o planeta.