A confirmação de um caso de sarampo pela Secretaria de Saúde de Juiz de Fora, na Zona da Mata, deve servir de advertência para cada cidadão sobre os riscos de se negligenciar a prevenção integral contra a doença.

A vacina tríplice tem mais de 95% de eficácia, mas, para isso, é essencial tomar duas doses. Assim como o jovem, infectado pelo contato com pessoas doentes em São Paulo, só seis em cada dez mineiros tomam a segunda aplicação.

No início de agosto, a estimativa da Secretaria de Estado de Saúde era de 8,9 milhões de pessoas entre 1 e 29 anos estivessem nessa situação e, portanto, vulneráveis ao contágio. Para impedir o surgimento de surtos e epidemias, a Organização Mundial da Saúde orienta uma cobertura de 95%.

O avanço do sarampo no país tem gerado muito temor. E o medo é o pior dos conselheiros, como já advertia o escritor português Alexandre Herculano – que morreu de pneumonia numa época em que ainda não havia campanhas de vacinação.

Nos últimos 15 dias, mais de 30 postos de saúde, setores de clínicas e escolas tiveram atividades temporariamente interrompidas em Belo Horizonte como parte do protocolo de suspeita de infecção. E muitos correm aos prontos-socorros antes de se informarem adequadamente sobre a doença.

Um comportamento mais prudente e urgente é colocar em dia a carteira de vacinação. A imunização é gratuita, está disponível no SUS e, inclusive, uma iniciativa de reforço para crianças, a Dose Zero, está em andamento inclusive em Minas. A prevenção é dever e obrigação de todos os adultos, e não só dos pais de bebês, para que o sarampo volte a ser erradicado do país, como já havia sido há menos de três anos.