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Inflação da energia

Publicado em: Qua, 27/10/21 - 03h00

A chamada “prévia da inflação” de 1,20%, a maior para o mês de outubro em 26 anos, surpreendeu os analistas de mercado, que esperavam um índice abaixo de 1%, mas não se pode dizer que os consumidores em geral estejam surpresos – principalmente pelo fato de os responsáveis pela alta do índice serem energia e combustíveis.

Do IPCA-15 nacional, a energia elétrica representou 0,19 ponto percentual, ou seja, sozinha ela respondeu por mais de 10% da inflação do período. Pesam, e muito, no bolso dos cidadãos, as crescentes bandeiras tarifárias e taxas extras para compensar o uso de usinas térmicas de um sistema que claramente não está preparado para enfrentar contingências sem repassar para o usuário a conta final.

Belo Horizonte teve a quarta maior taxa de inflação do país, com 1,17%, em função dos gastos nas rubricas “habitação” (que teve alta de 2,08%) e “transportes” (aumento de 1,94%). E, como não poderia deixar de ser, a conta de luz teve um papel significativo no custo de vida, com um encarecimento de 2,95% no mês.

Entretanto, outros fatores contribuíram, e, novamente, não é surpresa para ninguém que sejam os combustíveis. Dentro de casa, o botijão de gás subiu 4,56% no levantamento do IPCA-15 para Belo Horizonte. Nas ruas, a gasolina avançou 1,46% e, numa espiral perversa, puxou uma alta ainda maior do etanol, que subiu 2,78%.

Para os cidadãos, é uma situação cruel, pois são itens básicos de subsistência que já foram mais do que racionados nos últimos meses para que pudessem caber em um orçamento familiar cada vez mais enxuto. E, infelizmente, não se veem esforços para conter essa disparada, a não ser arrochando juros e tornando ainda mais árida e cara a vida de todos.

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