No quarto trimestre de 2016, a economia brasileira atingiu o fundo do poço, antes de sair da recessão, iniciada em 2014. A partir de 2017, teve início um lento crescimento, em consequência das reformas efetivadas e programadas pelo governo Temer.
Mas o impulso perdeu força depois da greve dos caminhoneiros e em razão das frustrações do próprio governo. Apesar da assunção de uma nova administração, recebida com otimismo, o país começou 2019 com a atividade econômica ainda em retração.
Isto o que se deduz dos dados divulgados ontem pelo IBGE, dando conta de que o PIB experimentou uma queda de 0,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre do ano passado. Foi a primeira retração desde o quarto trimestre de 2016.
O resultado era esperado. Segundo alguns analistas, o Brasil pode estar caminhando para uma nova recessão. A incerteza política e econômica não sumiram do horizonte com o novo governo. Para o ministro Paulo Guedes, da Economia, não foi novidade.
Segundo ele, a economia está estagnada à espera das reformas. A incerteza política e econômica atrapalha os investimentos. Os investidores privados requerem previsibilidade dos cenários, enquanto os governos estaduais enfrentam uma grave crise fiscal.
Contribuíram ainda para o mau resultado do trimestre, pesando sobre o PIB industrial, a crise econômica na Argentina, que derrubou as exportações de manufaturados, e o desastre de Brumadinho, que afetou a mineração com queda de 6,3% no período.
Como os indicadores de abril e maio não mudaram substancialmente, uma aceleração da economia só poderá ocorrer no segundo semestre, se impulsionada pela aprovação da reforma da Previdência. É a esperança do ministro e dos agentes econômicos.
Seja como for, não é provável que ainda alcance os 2,5% previstos no início do ano.