Editorial

Prevenir e se informar

Coronavírus no Brasil e riscos da desinformação

Por Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2020 | 03:00
 
 

A confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil, um paciente vindo da Europa, acende o alerta das autoridades sanitárias e exige atenção e responsabilidade de toda a sociedade. Em entrevista coletiva, o Ministério da Saúde afirmou que há pelo menos outros 20 casos sob investigação (dois deles em Minas), mas que já existem planos de contingência em todos os Estados para a contenção.

O avanço significativo de Covid-19 entre os europeus aumenta as possibilidades de exposição dos brasileiros à doença. Segundo dados do Ministério do Turismo, enquanto 56,3 mil residentes da China (onde a epidemia começou) visitaram o Brasil no ano passado, o número viajantes da França e da Itália (países em que o surto tem avançado) passou dos 400 mil. No mesmo período, 1,5 milhão de brasileiros foram para o exterior, boa parte deles para a Europa.

Isso não significa que todo estrangeiro ou viajante deva ser visto com desconfiança. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde, o surto atual é de gravidade moderada a leve, com somente 1,4% das contaminações fora da China resultando em mortes. Apesar de estudos mostrarem que um infectado é capaz de repassar o vírus para até sete pessoas, hoje, a taxa média não passa de três contágios.

Discriminar as pessoas por sua origem não tem qualquer eficácia contra o coronavírus. Maior bem faz quem mantém as mãos sempre limpas, usa álcool em gel, não compartilha utensílios de uso pessoal ou protege o rosto ao tossir. Se viajar para lugares com registros de Covid-19, informe as autoridades de saúde assim que retornar ao Brasil.

Pânico e desinformação podem causar mais estragos do que o vírus e devem ser combatidos com força igual ou até maior pelo bem de todos