No ano passado, os bancos brasileiros tiveram um lucro recorde de R$ 86,6 bilhões. Entre os fatores que favoreceram essa marca estão uma maior demanda por crédito, medidas desburocratizantes do Banco Central, a reestruturação do Banco do Brasil e, o que não surpreende os clientes, as tarifas cobradas dos correntistas.

Contando apenas as cinco maiores instituições financeiras do país, os pagamentos pela manutenção das contas renderam R$ 29 bilhões – dez vezes o Orçamento previsto para o programa Minha Casa, Minha Vida para este ano ou três vezes a despesa do MEC com ensino profissionalizante no ano passado.

Desde 2010, a Resolução 3.919 do Banco Central obriga os bancos a oferecer aos seus correntistas uma opção de pacote de serviços essenciais sem qualquer custo. Mas, por uma combinação de falta de conhecimento dos clientes com desinteresse das instituições de informar, a receita com essa tarifas cresce a taxas de 10% ao ano. E não sai barato para o usuário: em média, os pacotes mensais custam R$ 35, mas há opções ainda mais caras.

Contudo, para os correntistas informados, o momento não poderia ser melhor para renegociar essa despesa. Além da legislação da gratuidade, a entrada de digital banks e fintechs no mercado acirra a concorrência exatamente com a oferta de serviços gratuitos aos clientes.

Além disso, para enfrentar essa nova ameaça, os bancos tradicionais apostam no relacionamento duradouro, o que aumenta o poder de barganha dos clientes mais antigos.

Para poupar dinheiro, conhecimento nunca foi tão importante para o correntista. É preciso analisar suas reais demandas – alguém ainda usa folhas de cheque? – e o valor de sua conta para protegê-la de um gasto desnecessário.