Entendendo a ressurreição e a reencarnação segundo a Bíblia

Muitos dizem que a palavra reencarnação não está na Bíblia Terminaram de escrever a Bíblia, mais ou menos, no ano 90, com o Apocalipse. E a palavra reencarnação só foi criada, aproximadamente, em 1850, por Kardec. Como ela poderia constar da Bíblia? Mas ela aparece sim na Bíblia, através de alguns de seus sinônimos, como, por exemplo, ‘palingenesia’ (“palin”, de novo, do grego, e “gêneses”, também do grego, geração). Veja-se ‘palingenesia’ em dicionários de português e grego. E, na Bíblia há também expressões que lembram a reencarnação.

Durante dois mil anos, no Evangelho de João 3:3 e 4, a palavra grega “anothen” foi traduzida por ‘de novo’, na fala de Jesus com Nicodemos: Para se chegar ao reino de Deus, é necessário nascer ‘de novo’ da água (líquido amniótico ou matéria) e do espírito (moralmente). E como a crença na reencarnação, nos últimos anos, cresceu muito no Brasil, com o espiritismo, a ideia da reencarnação ou palingenesia presente no texto citado tornou-se muito clara. Então, porque “anothen” em grego, além ‘de novo’, admite também a significação de ‘do alto’, os tradutores do Novo Testamento contrários à reencarnação se apressaram em trocar logo a afirmação de Jesus de que é necessário nascer ‘de novo’ pela de é necessário nascer ‘do alto’. O objetivo dessa alteração é um dos exemplos mais escandalosos de alteração dos textos bíblicos para ocultar neles as ideias do espiritismo. E nascer de novo pode significar também mudança de vida no sentido de para melhor espiritual e moralmente. Mas Nicodemos demonstrou que entendeu esse ensino de Jesus no sentido de nascer como nasce uma criança. Daí que Jesus explicou que o que é nascido do espírito é espírito, e o que é nascido da carne é carne. E lendo-se o texto na integra, vê-se que a água falada nele nada tem a ver com a água do Batismo. E nascer de novo da carne é reencarnação. 

Respeito a afirmação do dogma do Credo Cristão citado nas missas: ‘Creio na Ressurreição da Carne’. Mas, pela Bíblia, a ressurreição é do espírito e não do corpo. É o que nos ensina são Paulo sobre a ressurreição. “Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder.” (1 Coríntios 15: 43). “Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.” (1 Coríntios 15: 44). O que é semeado em fraqueza é o corpo que se decompõe na terra. E o corpo espiritual é o espírito que ressuscita em poder, por ser imortal e, pois, incorruptível. 

Hoje, o Credo citado em algumas dioceses, trocou a expressão ‘creio na ressurreição da carne’ por esta: ‘creio na ressurreição dos mortos’, não dizendo, pois, o que ressuscita dos mortos, o que é um grande avanço. E como vimos, para são Paulo, a ressurreição é do espírito. E vejamos o que diz também são Pedro sobre a ressurreição de Jesus: “...morto sim na carne, mas ressurreto em Espírito.” (1 Pedro 3: 18).

E diz a Bíblia sobre o homem: “Tu és pó e ao pó retornarás.” (Gêneses 3: 19); e não diz que o pó (o corpo) ressuscitará; e “O pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus que o deu.” (Eclesiastes 12: 7). Para saber mais, meu livro “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, Megalivros, SP, lançado também em Inglês nos Estados Unidos. 

Na verdade, a reencarnação é uma verdadeira ressurreição, pois o espírito ressurge ou ressuscita num novo corpo criado para ele. 
E, então, melhor se diria: Creio na ressurreição ‘na’ carne!