José Reis Chaves

O pecado contra o Espírito Santo sem perdão

Consciência das nossas responsabilidades

Por Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2020 | 03:00
 
 

O pecado contra o Espírito Santo que não tem perdão, nesta vida atual e na outra do futuro, é confuso para os teólogos que creem no dogma da Santíssima Trindade e, por consequência, no da Terceira Pessoa. Porém, numa visão bíblica e racional, fica fácil o entendimento desse texto de Mateus 12: 31. É o que demonstraremos, sem condenar os que pensam diferente sobre esse assunto.

Paulo deixa claro o que é o Espírito Santo, que é diferente do dogma, que, aliás, só foi instituído no Concílio Ecumênico de Constantinopla, em 381. Para muitos cristãos do início do cristianismo contrários ao dogma, ele era um espírito santo humano ou um espírito humano bom (são Jerônimo), em conformidade com são Paulo (1 Coríntios 6: 19): “Não sabeis vós que vossos corpos são templos do Espírito Santo? (de um espírito santo?)”. Lembremo-nos de que os tradutores dogmáticos adaptam as traduções bíblicas aos dogmas.

Mas que espírito santo é esse que habita em nosso corpo, senão a nossa alma ou nossa centelha divina? E é por isso que dizemos que o Espírito Santo da Terceira Pessoa Trinitária é como se fosse um substantivo coletivo que designa todos os espíritos humanos. Mas os teólogos trinitaristas insistiram que ele era também Deus. E assim ficou até hoje para a maioria dos cristãos, pois os dogmas foram impostos pela força. Aliás, toda doutrina que virou dogma é porque era polêmica. E os dogmas são um problema crucial do cristianismo. É mesmo o seu maior problema que arrasta muitos cristãos para outras religiões e até para o materialismo.

E o que é o pecado contra o Espírito Santo? Se ele é, como vimos, a nossa alma ou centelha divina que habita o nosso corpo, isso quer dizer que temos consciência plena do que pensamos, falamos e fazemos, ou seja, consciência das nossas responsabilidades, sendo ele, pois, como a voz da nossa própria consciência. Logo, com um pecado contra ela, além de termos pleno conhecimento dele, estamos dando-lhe, também, o nosso pleno consentimento. E tal pecado, então, de acordo com a perfeita lei divina de causa e efeito, não tem justificativa, tem mesmo que ser pago, na vida presente ou no futuro.

Porém, a colheita do mal semeado não é bem um castigo cármico, mas uma aprendizagem, para que o autor do mal semeado, ao colhê-lo, sinta a dor causada pela sua semeadura, a qual, pois, evitará que ele semeie novamente aquele mal causador de dor por falta de amor ao seu semelhante e, por consequência, a si próprio.

De fato, o pecado contra o Espírito Santo ou nosso espírito santo, nossa centelha divina ou a voz de nossa própria consciência, é muito grave e tem, então, que ser mesmo pago, pois não tem perdão!

PS: Mesa-redonda com este colunista no “Programa Transição”, da RedeTV!, direção de Antônio Coelho, com transmissão, também, pela TV da Federação Espírita Brasileira (FEBtv). Acessar: “Transição – Mediunidade – YouTube”. Obrigado por compartilhar.