Quando o assunto é aposentadoria especial para determinados grupos, a maioria esmagadora dos mineiros rejeita a ideia e acredita que deve haver igualdade nas regras entre todos os setores e categorias de trabalhadores.
De acordo com a pesquisa Minas no Brasil de 2018, realizada pelo Instituto Mercadológica em parceria com o jornal O TEMPO, 77,8% dos 610 mineiros entrevistados, em 45 municípios, entre os dias 6 e 10 de agosto, não concordam que juízes e promotores tenham planos de aposentadoria especial e diferente dos demais cidadãos.
O levantamento mostrou que esse descontentamento está maior entre os desempregados. Segundo a pesquisa, 87,9% dos entrevistados que não possuem emprego rejeitam a ideia de que membros do Poder Judiciário desfrutem de aposentadorias especiais. Já entre os estudantes, o número é menor. Para 74% dos entrevistados dessa categoria, os magistrados devem ter as mesmas regras que os demais trabalhadores.
O texto atual do projeto de lei para uma reforma previdenciária defendida pela base do governista e que está em tramitação no Congresso não abrange e nem muda as regras para os magistrados.
Fato que desagrada ao estudante Pedro Lara, 22. “Não acho justo que pessoas que recebem altos salários, como juízes e promotores, ainda possuam aposentadorias altíssimas e por menos tempo de trabalho que os demais trabalhadores”, conclui o estudante.
Funcionalismo público. De acordo com a pesquisa, quando o assunto é aposentadoria para o servidor público, o número que rejeita a ideia de diferença entre público e privado é ainda maior. Segundo os dados levantados, 82,9% dos mineiros entrevistados defendem que funcionários públicos sigam as mesmas regras que trabalhadores do setor privado para se aposentarem.
A proposta do projeto de reforma defende que o tempo de contribuição mínima dos servidores públicos seja mantida em 30 anos para mulheres e 35 anos para homens. Já para o setor privado ficou no atual, de 15 anos.
A pesquisa mostrou que, entre empreendedores e profissionais liberais, o número de concordância com a equidade entre os dois setores é maior, com cerca de 97,5% dos entrevistados.
Maioria
Perfil. Das 610 pessoas entrevistadas, as mulheres são maioria (51,9%). Quase metade (43%) ganha até dois salários mínimos, e 39,2% se autodeclaram pardos. Brancos são 39,3%, e negros, 11,5%.
Trabalhador rural ganha apoio de 52%
Outra discussão no que se refere às regras de aposentadoria é a respeito das diferenças entre trabalhadores rurais e urbanos. De acordo com a pesquisa Minas no Brasil de 2018, os mineiros apresentam opiniões mais divididas.
Segundo o levantamento, entre os 610 entrevistados, 52,5 % acreditam que trabalhadores rurais necessitam de um plano mais brando, contra 44,1% que defendem a ideia de equidade entre as duas categorias.
Atualmente, de trabalhadores rurais é exigido um tempo menor para se aposentarem. O texto da reforma prevê que as mulheres trabalhadoras rurais poderão se aposentar com 57 anos enquanto os homens terão como idade mínima 60 anos. Ambos terão que contribuir com o INSS por 15 anos.