O presidente Jair Bolsonaro disse em uma de suas redes sociais que o Coronavac, vacina chinesa contra o coronavirus, não será comprada pelo Brasil. Bolsonaro fez a afirmação ao responder um comentário de um rapaz que dizia que “a China é uma ditadura”.

"Presidente, a China é uma ditadura, não compre essa vacina, por favor. Eu só tenho 17 anos e quero ter um futuro, mas sem interferência da ditadura chinesa", escreveu um apoiador no Facebook. 

Duas horas depois, Bolsonaro respondeu de maneira enfática, em caixa alta, inclusive: "NÃO SERÁ COMPRADA". A vacina Coronavac está sendo produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo. 

Surpresa

A afirmação de Bolsonaro surpreendeu a todos. O Ministério da Saúde havia garantido a compra de 46 milhões de doses da vacina Coronavac. 

Neste contexto, o governador João Doria (PSDB) planejava fazer um périplo em Brasília nesta quarta-feira, 21. Doria circularia pelo Congresso Nacional acompanhado pelo Secretário de Estado de Saúde Jean Gorinchteyn, o secretário especial do governo de São Paulo em Brasília, Antonio Imbassahy, e o diretor do Instituto Butantã, Dimas Covas.

Aliados do tucano consideravam o fato uma vitória de Doria, que pretende concorrer ao Palácio do Planalto em 2022.

A expectativa era de que a aquisição das vacinas ocorresse até o final do ano, após o imunizante obter o registro da Anvisa. Assim, a vacinação teria início já em janeiro, o que não deve mais ocorrer após a declaração de Bolsonaro. 

O Ministério da Saúde havia informado que investiria R$ 1,9 bilhão na compra da vacina.