Em meio à queda de braço dentro do PSD, o senador Rodrigo Pacheco vai desembarcar em Pouso Alegre, Sul de Minas, neste domingo (29 de junho). Pré-candidato ao governo do Estado em 2026, o ex-presidente do Senado vai participar da inauguração de uma ala oncológica do Complexo Hospitalar Samuel Libânio.

Ainda que interlocutores de Pacheco desconversem sobre sua pré-candidatura, a agenda em Pouso Alegre, em um complexo onde já colocou R$ 30 milhões em emendas, é a segunda em tom de campanha feita por ele no mês. A primeira foi nas Centrais de Abastecimento de Minas (CeasaMinas), em Contagem, no último dia 12.

Pacheco veio à região metropolitana de Belo Horizonte ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para entregar 318 máquinas agrícolas a prefeituras. O maquinário foi distribuído por meio de um programa do Ministério da Agricultura e Pecuária.

Recriado em fevereiro de 2025, o Promaq, conforme apurou O TEMPO, teria sido uma alternativa construída por Pacheco e pelo Planalto para atender senadores e deputados federais da base do governo enquanto as emendas parlamentares estão suspensas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em um discurso de cerca de 30 minutos ao lado de Lula, Pacheco criticou, de forma velada, o governador e pré-candidato à presidência da República Romeu Zema (Novo) e o também senador Cleitinho (Republicanos) e o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), cotados como candidatos ao governo de Minas em 2026 assim como o ex-presidente do Senado. 

Pacheco voltará a Minas diante de acenos do vice-governador e pré-candidato ao governo, Mateus Simões (Novo), para atrair o PSD para uma composição em 2026. Em um café da manhã na última segunda, Simões afirmou que, “se o senador sair do partido, eu quero ser o primeiro a conversar” com o presidente Gilberto Kassab.

A declaração do vice-governador incomodou aliados de Pacheco, que afirmaram que há uma tentativa de antecipar as eleições em Minas Gerais. O entorno do ex-presidente do Senado ainda acusou Simões de um “populismo desenfreado” e afirmou que o Estado precisa, “neste momento, de governo e não de candidatos”.

A saída de Pacheco do PSD é especulada desde que Kassab anunciou que apoiará Tarcísio de Freitas (Republicanos) caso o governador de São Paulo se candidate à presidência contra Lula em 2026. O ex-presidente do Senado já recebeu convites para voltar ao MDB e ao União Brasil - ele foi filiado ao DEM, que formou o União ao se fundir com o PSL.