Em discurso realizado na noite desta sexta-feira (23), no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, em que a Petrobras anunciou edital de R$ 250 milhões destinados à cultura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a “cultura interessa tanto ao povo quanto um prato de comida.”
“A cultura pode não interessar a um ditador e um negacionista, mas interessa tanto ao povo quanto um prato de comida. Essa é a grandeza desse gesto que está acontecendo no MAM”, destacou.
“Um país soberano tem que investir em uma cultura que não seja para poucos, mas para todos. Afinal, tudo nesse país aconteceu um pouco depois do que aconteceu no resto do mundo: foi assim com a Independência, com a escravidão e com autorização do voto da mulher. Nós cansamos de ser o último e queremos ser o primeiro em alguma coisa”, defendeu o presidente.
Lula também disse que “parte da elite queria abortar a Petrobras”, mas que o povo não deixou que isso acontecesse. “Quando se pensou em criar a Petrobras, parte da elite brasileira que queria abortar a Petrobras. Hoje são contra o aborto, mas na época queriam abortar a ideia de um país soberano, mas a duras penas a Petrobras foi sobrevivendo”, discursou.
“Também houve a tentativa de abortar a Lei Rouanet. Quantas vezes se disse neste país que não era possível ter no país uma lei que desse isenção de imposto para investimento na cultura, que cultura é uma coisa que interessa a poucos e não a muitos, e, portanto, não seria conveniente essas políticas de incentivo”, completou o presidente.
Pré-sal
Na ocasião, Lula ainda defendeu a exploração do pré-sal, mesmo contra a vontade de outros atores políticos. “Depois que a gente descobriu o pré-sal, os que vivem empregando maledicência contra a Petrobras diziam que era uma ilusão. Eis que, investindo em tecnologia, hoje conseguimos tirar o petróleo a 100 mil metros de profundidade, por simples sorte de uma empresa que investe em competência e tecnologia”, disse.
*A jornalista viajou a convite da Petrobras