EM BRASÍLIA

De obra de Di Cavalcanti à brasão da República: veja lista de itens destruídos

Manifestantes invadiram os prédios dos três Poderes da República e depredaram o patrimônio público

Por Lorena K. Martins
Publicado em 08 de janeiro de 2023 | 20:05
 
 
WhatsApp Image 2023-01-08 at 195645jpeg Foto: Alex Rodrigues / Agencia Brasil

Milhares de imagens e vídeos que circulam pelas redes sociais mostram a completa destruição realizada por manifestantes em Brasília, no DF, na tarde deste domingo (8). Durante a invasão, Bolsonaristas depredaram de itens do patrimônio, como diversos objetos do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto.

Móveis foram revirados e danificados, vidros quebrados, documentos espalhados e cadeiras arrancadas do chão. Ainda não foi possível especificar quais os danos, o que deve ser informado a partir da perícia da Polícia Federal nas edificações invadidas.

VEJA VÍDEO:  O secretário de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, mostrou o estado de destruição da sua sala, no Palácio do Planalto, invadido por vândalos neste domingo (8).

O secretário de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, mostrou o estado de destruição da sua sala, no Palácio do Planalto, invadido por vândalos neste domingo (8). Nas imagens é possível ver equipamentos quebrados, móveis revirados e obras de arte destruídas. pic.twitter.com/kn3kjq7UmV

— O Tempo (@otempo) January 8, 2023

 

Os manifestantes, que não aceitam os resultados das eleições de outubro de 2022, também usaram uma mangueira de incêndio para inundar o local. 

Veja os itens que, até o momento, foram divulgados como alvos dos manifestantes radicais:

- Escultura “A Justiça”, feita pelo artista belo-horizontino Alfredo Ceschiatti em 1961, foi pichada

- Quadro "As Mulatas", do pintor brasileiro Di Cavalcanti, que fica no terceiro andar do Planalto, no DF

- Brasão da República que fica no plenário do STF

- Cadeiras dos ministros do STF, como a cadeira da presidente Rosa Weber, idealizada pelo designer Jorge Zalszupin, foi arrancada

- Porta do armário das togas do ministro do STF Alexandre de Moares

- Objetos e móveis da sala da primeira-dama, Janja da Silva

- Vitral  "Araguaia", de 1977, da artista plástica Marianne Peretti, que fica no salão verde da Câmara

- Vitrines do Congresso e do Planalto que exibiam objetos históricos

- Vidraças do STF - foram pichadas com frases do tipo "perdeu, mané"

- Janelas do Congresso, do STF e do Planalto

- Incendiaram uma lanchonete e, atrás dela, fica um painel do artista Athos Bulcão

- Mesas e armários dos prédios dos três Poderes

- Galeria de fotos dos presidentes da República que fica no Planalto

- Relógio do Século XIX que foi dado de presente para D. João VI

Patrimônio

Para José Nascimento, ex-presidente do Instituto Brasileiro de Museus, o Ibram, entre 2009 e 2013, o Iphan deve avaliar todo o prejuízo após a invasão. "São crimes de dano ao patrimônio público", diz ele. "O Iphan pode fazer a imediata avaliação do que foi danificado e, então, cabe à Polícia Federal prender os terroristas." De acordo com Marcos Olender, diretor de projetos do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, é difícil mensurar o valor das obras danificadas. "Não existe realmente um valor para essas obras de arte que foram danificadas", afirma. "O que aconteceu foi muito grave." (com Folhapress)