A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou com pedido no final da tarde desta segunda-feira (9) no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir acesso às mensagens atribuídas aos membros do Ministério Público Federal (MPF) e o ex-juiz Sergio Moro, que foram supostamente vazadas por um hacker. Cópia das mensagens está com o ministro Alexandre de Moraes.

No mesmo pedido, os advogados de Lula solicitam, mais uma vez, a liberdade do petista. Desta vez, os defensores pedem que o agravo seja analisado com urgência pela Segunda Turma da Corte. Os advogados ainda pedem a suspensão de duas ações em que Lula fora condenado: a do triplex do Guarujá e a do sítio de Atibaia. 

“A despeito disso, também é público e notório que muitas outras mensagens ainda não foram divulgadas e estão acauteladas nesta Suprema Corte para instruir o Inquérito número 4871. O ministro Alexandre de Moraes, relator daquele inquérito, confirmou o recebimento de “milhões e milhões de arquivos” ao site O Antagonista”, diz trecho do agravo.

A intenção da defesa é procurar algum elemento que comprove que houve perseguição e movimento para condenação do petista. 

Para defesa de Lula, “referidas mensagens reforçam a suspeição dos procuradores — que, como dito, fora arguida por esta Defesa desde sua primeira manifestação com base em fatos comprovados (prova pré-constituída) e que sempre indicaram que tais agentes públicos agiram com motivação pessoal e política na prática dos atos de persecução realizados contra o paciente”, afirmam em outro trecho do documento os advogados Cristiano Zanin, Valeska Zanin, Maria de Lourdes Lopes e Vinicius de Almeida.

De acordo com o documento, os advogados de Lula alegam que houve perseguição e parcialidade de procuradores da República e de Moro (atual ministro da Justiça de Jair Bolsonaro) na condução das ações que culminaram com a condenação do petista no caso do triplex do Guarujá.

 “A peça vestibular enumerou e comprovou uma série de condutas dos procuradores da República arguidos que infringem as garantias e os direitos assegurados ao Paciente pela Constituição da República, pelas leis e tratados internacionais ratificados pelo país — notadamente a presunção de inocência, a impessoalidade, a legalidade estrita e a imparcialidade”, diz trecho da petição.

O documento está com o minsitro Edson Fachin, que negou liminar para soltar Lula no dia 29 de agosto último.