Investigação

Deltan cita 'vingança do sistema' sobre processo contra Lava Jato no TCU

Ex-procurador do MPF afirmou não ter autorizado e não ter recebido verba para deslocamentos durante investigações da operação

Por Heitor Mazzoco
Publicado em 13 de abril de 2022 | 11:59
 
 
Ex-procurador e ex-coordenador da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol pretende disputar as eleições para a Câmara dos Deputados pelo Podemos no Paraná Foto: FÁBIO MOTTA / ESTADÃO CONTEÚDO - 30.6.2017

O ex-procurador do Ministério Público Federal (MPF) Deltan Dallagnol (Podemos-PR) afirmou que abertura de processo que pode culminar com determinação de devolução de R$ 2 milhões gastos pela Lava Jato em diárias e viagens é uma "vingança do sistema" contra quem combate corrupção. 

O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu um processo de responsabilização contra o ex-procurador geral da República, Rodrigo Janot, o ex-procurador-chefe do Paraná, João Vicente Romã, e Dallagnol pelo pagamento de R$ 2 milhões em diárias e passagens usadas por procuradores na operação. A abertura do processo se deu de forma unânime, acompanhando o relatório do ministro Bruno Dantas.

Dallagnol afirmou não ter autorizado e não ter recebido verba para deslocamentos durante investigações da operação.

"Depois de ser condenado a indenizar Lula em R$ 75 mil, o TCU agora quer me responsabilizar por diárias que eu não recebi e nem autorizei. A condenação, dessa vez, pode ultrapassar R$ 2 milhões. Aonde vai parar a vingança do sistema contra quem combate a corrupção?", publicou Dallagnol em suas redes sociais. 

Para Dallagnol, há uma tentativa de vingança sobre a operação que prendeu políticos e empresários envolvidos em casos de corrupção.

"Se eu não recebi e nem autorizei o pagamento de diárias, por qual motivo o TCU quer me responsabilizar por algo que não fiz e nem tinha poder para fazer? A resposta é clara: o sistema quer vingança contra quem lutou contra a corrupção, como já disse o ministro (do STF, Luis Roberto) Barroso", afirmou em outro trecho da publicação. 

Dallagnol citou também que o pagamento de diárias foi o modelo mais econômico possível para "especialistas em corrupção e lavagem de dinheiro de várias partes do Brasil pudessem trabalhar na força-tarefa. Como consequência, a Lava Jato alcançou resultados inéditos, como os R$ 15 bilhões recuperados". 

A Corte de Contas abriu o processo após o Ministério Público junto ao TCU indicar que havia uma opção mais econômica para o trabalho dos procuradores.

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