Deputados cobraram da secretária de Estado de Educação de Minas Gerais, Julia Figueiredo Goytacaz Sant'Anna, a apresentação de um novo plano de ensino para os estudantes da rede estadual em 2021. Como não há previsão para o fim da pandemia de Covid-19, os parlamentares defenderam que é preciso rever o modelo atual para que os alunos possam dar continuidade aos estudos no próximo ano.

Nesta sexta-feira (27/11), Julia Sant'Anna foi sabatinada pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em mais uma reunião do Assembleia Fiscaliza.

“A educação, inevitavelmente, vai ter que passar por nova roupagem”, afirmou o vice-presidente da comissão, deputado Betão (PT).  Segundo ele, a pasta precisa ouvir profissionais, alunos e pais antes de elaborar o novo modelo de ensino. 

A fala do petista recebeu o apoio de Professor Cleiton (PSC), que demonstrou preocupação quanto à falta de debate antes da adoção do ensino remoto pelo Estado. “É preciso ampliar os recursos tecnológicos para garantir mais acesso de estudantes a esse modelo”, frisou.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT), que preside a comissão, disse que o modelo estadual de ensino remoto é deficiente. Ela indagou a secretária de Educação se a pasta tem um plano para lidar com uma possível onda de insuficiência de aprendizado em razão disso.

De acordo com Julia Sant’Anna, a princípio, a ideia é adotar um modelo híbrido de ensino no ano que vem. “Pensamos em um processo de escalonamento, que contemple uma semana na escola e outra fora da escola. Isso é importante para dar condição de trabalho ao professor e, também, por questões epidemiológicas”, destacou.

Sobre a retomada das aulas presenciais, a secretária informou que, inicialmente, o objetivo era retomá-las ainda este ano, de forma gradual e seguindo todos os protocolos sanitários. A iniciativa, entretanto, foi barrada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

A presidente da comissão também questionou a execução orçamentária da pasta. Segundo Beatriz Cerqueira, para este ano, os recursos destinados a investimentos na educação são de R$ 2,74 bilhões. Ela afirmou, entretanto, que o montante empenhado foi de R$ 202 milhões, e o efetivamente executado, de R$ 6 milhões.

“Pouco foi feito para a adequação de estrutura física das escolas, considerando esses dados do orçamento. Educação tem recurso vinculado e paga uma conta que não é dela. Nossa luta é para que os recursos da educação sejam destinados à educação apenas”, enfatizou a petista.