Em uma cerimônia que contou com a participação de boa parte da bancada mineira, o governo federal lançou nesta quarta-feira (1°) o edital de concessão das BRs 381 e 262, entre Minas Gerais e o Espírito Santo. Com mais de um ano de atraso, o leilão das rodovias foi marcado para 25 de novembro e a expectativa é de que o contrato com a empresa vencedora seja assinado no início de 2022.

Durante o evento, a maioria das falas foram no sentido de que a concessão das rodovias, especialmente a BR-381, era uma demanda antiga da população mineira e uma solução para que o trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Leste do Estado, seja finalmente duplicado. Até agora, pouco mais de de 55 quilômetros da estrada tiveram as obras concluídas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)

Segundo o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), a solução é aguardada há muitos anos. "Nós que sempre vivenciamos o caos na conexão entre a capital e o Vale do Aço e consequentemente o Espírito Santo. Eu desde criança transito por essa estrada e é nítido como no Brasil algumas obras prioritárias e fundamentais acabam se arrastando por décadas para que se concretize a solução", disse.

O ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, também comemorou a licitação e disse que a partir da duplicação, que será feita pela empresa que arrematar as rodovias, a tendência é reduzir o número de acidentes na BR-381, conhecida como Rodovia da Morte. “A gente vai celebrar a redução dos acidentes e das mortes”, disse o ministro, que informou que a conclusão do lote 7, pelo DNIT, já foi responsável pela redução em 74% o número de acidentes e diminuiu em 67% o número de mortes na rodovia..

No mesmo sentido, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destacou a solução para a BR-381 como a mais aguardada pelo Estado. “Ao longo de anos, nós esperamos uma série de concretizações e realizações para Minas Gerais que nunca vieram. Portanto, esse marco hoje, o edital de uma concessão que renova a confiança e a esperança nessa que é seguramente a maior reivindicação do Estado: acabar com a rodovia da morte e transformar em uma rodovia efetiva de ligação entre dois Estados e garantir um mínimo de segurança veicular, o mínimo de preservação de vidas e de integração nacional”, disse.

Um dos que mais de perto acompanhou a situação do leilão da BR-381, o senador Carlos Viana (PSD), ressaltou que a publicação do edital é o resultado de mais de dois anos de trabalhos da bancada federal de Minas Gerais junto ao governo e disse que a concessão vai trazer desenvolvimento ao Estado. “Essa solução é uma das mais importantes para o desenvolvimento das regiões Leste e, principalmente, atingindo até o Mucuri", disse.

Já o senador Antonio Anastasia lembrou os desafios da duplicação da BR-381, rodovia Fernão Dias, entre São Paulo e Belo Horizonte, na década de 90. “Ninguém acreditava, naquele momento, que a rodovia Fernão Dias pudesse ser duplicada, pelos traumas, pela complexidade da obra, pelo tamanho da empreitada, mas felizmente, graças aos esforços do presidente à época, Fernando Collor, e do governador Hélio Garcia, a rodovia Fernão Dias, trecho entre São Paulo e Belo Horizonte, foi duplicada e é uma das grandes rodovias do nosso Brasil. Lamentavelmente, o trecho seguinte, até Valadares, não teve a mesma atenção dos governos federais que sucederam, não por má vontade mas por dificuldades naturais de uma obra igualmente desafiadora sob o ponto de vista da engenharia”, disse. 

Representando o Estado do Espírito Santo, participou do evento o senador Fabiano Contarato (REDE/ES). Já por Minas, além dos senadores e do governador, participaram do evento o procurador-geral do Estado, Jarbas Soares Júnior, o líder da bancada mineira, deputado Diego Andrade (PSD-MG), e diversos outros parlamentares mineiros.

Atualizada às 17h24