Pediu voto para o deputado

Boulos chama de ‘cortina de fumaça’ incômodo de Nunes sobre fala de Lula em SP

Coordenação da pré-campanha à prefeitura da capital paulista afirma que prefeito tenta despistar uso de eventos oficiais para impulsionar candidatura à reeleição

Por Hédio Ferreira Júnior
Publicado em 01 de maio de 2024 | 18:44
 
 
O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, deputado federal Guilherme Boulos, durante evento do PSOL Foto: Leandro Paiva/@leandropaivac

A coordenação da pré-campanha do deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) à Prefeitura de São Paulo classificou como “cortina de fumaça” o incômodo do prefeito Ricardo Nunes (MDB) à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pedindo votos para o parlamentar

Ao participar de um evento em celebração ao Dia do Trabalhador, na Arena Corinthians, em São Paulo, nesta quarta-feira (1º), Lula pediu para que quem votou nele nas últimas eleições fizesse o mesmo a favor de Boulos nas eleições municipais de outubro. Nunes se disse “perplexo” com o pedido, vetado pela Justiça Eleitoral fora da campanha.

“Ele está enfrentando três adversários e, por isso eu quero dizer para vocês, ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições. E eu vou fazer um apelo para cada pessoa que votou o Lula em 1989, em 1994, em 1998, em 2006, em 2010, em 2018, em 2022, para votar no Boulos para prefeito de São Paulo”, declarou Lula. 

Para o coordenador da pré-campanha de Boulos, Josué Rocha, o que Nunes faz é se queixar de algo que ele mesmo já fez em causa própria. "Ricardo Nunes tenta criar uma cortina de fumaça para despistar o uso de eventos oficiais da Prefeitura, realizados com dinheiro público, para a promoção de sua candidatura à reeleição - como já noticiado pela imprensa. Ele é quem deve explicações à sociedade", declarou em nota enviada à reportagem de O TEMPO em Brasília.

Durante o discurso, o petista ainda fez menção direta a Nunes e seus apoiadores políticos, como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Esse rapaz (Boulos), esse jovem, ele está disputando uma verdadeira guerra aqui em São Paulo. Ele está disputando com o nosso adversário nacional, ele está disputando contra o nosso adversário estadual e ele está disputando contra o nosso adversário municipal”, afirmou o presidente durante evento no estacionamento Arena Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste da capital paulista.

Conforme a Lei das Eleições (9.504/97), nesse momento de pré-campanha, os concorrentes podem se apresentar como pré-candidatos e participar de eventos públicos. Contudo, a Justiça Eleitoral veda o pedido explícito e/ou subentendido de voto. Caso contrário, a propaganda antecipada é passível de multa. 

Ainda segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é considerada propaganda eleitoral antecipada a convocação, por parte do presidente da República, dos presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, de redes de radiodifusão para a divulgação de atos que denotem propaganda política ou ataques a partidos e pessoas filiadas ou instituições.

A regra muda a partir de 16 de agosto, quando começa a campanha eleitoral. Outros pré-candidatos que indicaram que vão recorrer à Justiça Eleitoral foram o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e Marina Helena (Novo). A equipe de pré-campanha da deputada federal Tabata Amaral (PSB) ainda não se manifestou.