Em encontro com empresários e autoridades na Espanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a condenar, nesta terça-feira (25), a invasão da Ucrânia pela Rússia, como já tinha feito mais cedo em Portugal. O brasileiro reafirmou a posição brasileira em defesa da integridade territorial ucraniana, em reparo às declarações feitas durante visita à China no início do mês. Apesar disso, Lula voltou a falar de uma solução negociada para a paz, envolvendo diálogo internacional.

"Compreendo muito bem como os meus amigos europeus veem a guerra. Uma guerra que jamais poderia ter acontecido, pois não pode se aceitar que um país invada a integridade territorial de outro país. Mas uma guerra que também não tem ninguém falando em paz. E as vezes eu fico me perguntando até quando essa guerra vai durar. Se ninguém quiser construir a paz, e os dois lados, o que invadiu está reticente e o invadido também tem sua razão para estar reticente, quem é que vai tentar resolver essa situação?", afirmou.

Lula disse que conversou sobre o assunto com o chanceler alemão Olaf Scholz, com o presidente francês Emmanuel Macron, com o norte-americano Joe Biden e com o chinês Xi Jinping para achar uma solução para o conflito. O brasileiro disse, inclusive, que está tentando marcar essa semana um encontro com o francês. "(Tudo) na tentativa de construir um movimento que traga a paz de volta aqui na nossa queria Europa, para que a gente não fique sonhando toda noite com a possibilidade de uma terceira guerra mundial ou até com o uso de bomba nuclear. O que pode evitar isso é a sensatez de a gente tentar achar um denominador comum para chegar a paz", concluiu.

No evento, Lula também defendeu a conclusão das negociações para o acordo entre União Europeia e Mercosul, e afirmou que a Espanha pode contribuir muito com isso ao comandar o bloco europeu.

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