Pouco antes de encerrar sua visita a Pequim e deixar a China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, neste sábado (15), no horário local, que “os Estados Unidos precisam parar de incentivar a guerra” entre Rússia e Ucrânia “e comecem a falar sobre paz” para ajudar num acordo pelo fim do conflito entre as duas nações.
“Eu acho que a China tem um papel muito importante (nas negociações para a paz), eu continuo reiterando que a China possivelmente tem o papel mais importante. Agora, outro país importante é os Estados Unidos. Ou seja, é preciso que os Estados Unidos parem de incentivar a guerra e comecem a falar em paz”, afirmou Lula numa declaração rápida a jornalistas na saída do hotel em que esteve hospedado na capital chinesa.
“É preciso que a União Europeia comece a falar em paz para a gente poder convencer o (Vladimir) Putin e o (Volodimir) Zelensky de que a paz interessa a todo mundo e a guerra só está interessando por enquanto aos dois. Eu acho que é possível”, completou.
Antes mesmo de embarcar para a China, o presidente Lula fez diversas declarações afirmando que conversaria com o líder chinês Xi Jiping para a construção de um “Clube da Paz”. A ideia é que países que não estejam envolvidos no conflito encontrassem uma saída, que não fosse por armas, pelo fim da guerra entre Rússia e Ucrânia. Na entrevista, porém, o petista não deixou claro se os chineses aceitaram o convite.
“Não é uma coisa fácil. Vocês sabem que uma briga entre família é muito difícil, quando ela começa a gente não sabe como ela termina. E uma guerra é a mesma coisa, sabe? É preciso, agora, paciência, é preciso encontrar no mundo países que estejam dispostos. O Brasil está disposto. A China está disposta. Temos que procurar outros aliados e negociar com as pessoas que podem ajudar nessa paz”, afirmou.
“Discutimos longamente com o Xi Jinping. É preciso que se constitua um grupo de países dispostos a encontrar um jeito de fazer a paz. Eu conversei isso com os europeus, conversei isso com os americanos e conversei isso ontem”
Lula disse ainda que “falta boa vontade” dos Estados Unidos, União Europeia e dos líderes da Rússia e da Ucrânia.
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