BRASÍLIA – Prefeitos e vice-prefeitos que conseguiram deixar Israel nesta segunda-feira (16) pela fronteira com a Jordânia devem voltar para o Brasil em um jatinho particular, com voo saindo da Arábia Saudita.

A viagem no avião privado seria organizada pelo  prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP). Ele é um dos 12 gestores municipais que deixaram Israel nesta segunda.

Entre os políticos que chegaram à Jordânia estão também o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), e a vice-prefeita de Divinópolis, Janete Aparecida (Avante).

Confira abaixo os 12 que atravessaram a fronteira Israel-Jordânia nesta segunda:

  • Álvaro Damião Vieira da Paz, prefeito de Belo Horizonte (MG)
  • Cícero de Lucena, prefeito de João Pessoa (PB)
  • Cláudia da Silva, vice-prefeita de Goiânia (GO)
  • Davi de Matos, chefe executivo do Centro de Inteligência, Vigilância e Tecnologia de Segurança Pública do Rio de Janeiro (Civitas)
  • Flávio Guimarães Bittencourt do Valle, vereador do Rio de Janeiro (RJ)
  • Francisco Nélio, tesoureiro da Confederação Nacional de Municípios
  • Francisco Vagner Gutemberg de Araújo, secretário de Planejamento de Natal (RN)
  • Gilson Chagas, secretário de Segurança Pública de Niterói (RJ)
  • Janete Aparecida, vice-prefeita de Divinópolis (MG)
  • Johnny Maycon, prefeito de Nova Friburgo (RJ)
  • Márcio Lobato Rodrigues, secretário de Segurança Pública de Belo Horizonte (MG)
  • Welberth Porto, prefeito de Macaé (RJ)

Também nesta segunda, o senador Carlos Viana (Podemos-MG), que preside o Grupo Parlamentar Brasil-Israel, disse haver 47 “convidados oficiais que Israel se responsabiliza por eles” – além dos gestores municipais, estão professores, técnicos, entre outros. 

Em 8 de junho, uma comitiva de prefeitos, vices e secretários municipais viajou a Israel, a convite do país, para um evento de inovação em segurança pública. Durante a viagem, na noite de quinta-feira (12), teve início um conflito por mísseis entre Israel e Irã. Desde então, os gestores brasileiros foram obrigados a permanecer em bunkers.

O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, senador Nelsinho Trad (PSD-MS), confirmou a chegada dos 12 gestores municipais à fronteira da Jordânia nesta segunda-feira. 

“O grupo de prefeitos e demais autoridades municipais está no posto de fronteira do lado israelense e deve iniciar em breve o traslado à Jordânia. Serão recebidos por representantes da Embaixada do Brasil em Amã e por autoridades locais”, publicou Trad em sua conta no X.

“Os outros seis permanecem em Israel e se somam ao grupo do Consórcio Brasil Central, que reúne 22 autoridades estaduais, incluindo o governador de Rondônia. O Itamaraty trabalha com autoridades israelenses para viabilizar a retirada desse grupo nos próximos dias”, completou o senador.

Trad informou que a Comissão de Relações Exteriores também acompanha a situação de 56 brasileiros — entre jovens e adultos — em missão religiosa na Galileia. “Já solicitamos sua inclusão nas tratativas de repatriação. Trabalhamos para que todos voltem em segurança para casa.”

No domingo (15), a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou em nota que o governo da Jordânia “já disponibilizou segurança” para recepcionar os brasileiros que acabem indo para o país como rota de fuga da guerra.

“A ministra Gleisi ligou neste domingo para o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião. Informou que o governo da Jordânia já disponibilizou segurança para recebê-los na fronteira, caso Israel autorize a viagem por terra com segurança”, diz a nota da ministra.

Já Carlos Viana disse que “os próximos passos serão a retirada de 35 convidados oficiais, que ainda estão em Tel-Aviv”. Segundo ele, autoridades israelenses analisam quais rotas são mais seguras, entre as que levam à fronteira com o Egito e com a Jordânia.

Viana disse ainda ter pedido ao governo de Israel um levantamento sobre o número de brasileiros residentes e turistas que estão no país e têm a intenção de deixá-lo imediatamente. “A intenção é organizar com o Itamaraty um plano de resgate desses brasileiros”, afirmou o senador.

No sábado (14), nota divulgada pelo Grupo Parlamentar Brasil-Israel, assinada por Carlos Viana, falou em indignação contra o governo brasileiro por supostamente estar alinhado ao governo do Irã.

“Causa indignação a postura do atual governo do Brasil, que, mais uma vez, escolhe se alinhar aos que disseminam o terror, em vez de se posicionar firmemente ao lado das nações livres e democráticas”, diz o comunicado.

“A posição do governo brasileiro, inclusive, prejudica e atrasa as negociações para a retirada das comitivas brasileiras que se encontram em solo israelense”, acrescenta.