Política externa

Lula e primeiro-ministro da Espanha assinam acordos para ciência e educação

Ainda nesta quarta-feira (26), Lula terá um encontro com o rei Felipe VI, que veio ao Brasil para a posse presidencial em janeiro

Por O Tempo Brasília
Publicado em 26 de abril de 2023 | 07:49
 
 
Lula e primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, participaram da assinatura de três acordos entre os governos brasileiro e espanhol Foto: Thomas Coex/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, participaram da assinatura de três acordos entre os governos brasileiro e espanhol, na manhã desta quarta-feira (26), no Palácio da Moncloa, sede do governo e residência oficial, em Madrid.

Os três acordos foram assinados por ministros brasileiros e espanhóis. Eles tratam, entre outros, de pactos sobre acordos de melhores práticas de trabalho, ciência e tecnologia e para intensificar o intercâmbio entre universidades.

Ainda nesta quarta, Lula terá um encontro com o rei Felipe VI, que veio ao Brasil para a posse presidencial em janeiro. Depois, Lula e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, vão almoçar no Palácio Real, antes de embarcarem de volta para o Brasil. A expectativa é que o avião presidencial faça um escala em Recife às 19h15 e pouse em Brasília às 20h10.

Em Madri, Lula participou de encontros com sindicalistas e empresários

Lula e comitiva chegaram a Madri na manhã de terça-feira. Na capital espanhola, ele participou de um encontro com centrais sindicais e, depois, foi ao encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Espanha, evento organizado pela Câmara de Comércio da Espanha com o intuito de mostrar o Brasil como um país aberto a receber novos investimentos europeus.

A Espanha é o segundo principal investidor estrangeiro no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. Atualmente, o estoque de investimentos espanhóis é de US$ 63 bilhões. Dentre as mais de mil empresas que atuam no mercado brasileiro, os principais setores são o financeiro e o de comunicações.

No comércio bilateral, o valor das exportações brasileiras para a Espanha quase dobrou em 2022, chegando a 9 bilhões de euros, puxado especialmente por petróleo cru, soja e milho. Com a cifra, o Brasil passou a ser o décimo maior fornecedor de mercadorias do país europeu.

No sentido inverso, as importações vindas da Espanha cresceram 38% em 2022 com relação ao ano anterior. Os principais produtos foram derivados de petróleo, autopeças e fertilizantes.

A viagem do presidente Lula também é estratégica para uma questão pendente, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que interessa a ambos os países. No próximo mandato semestral de ambos os blocos, que começa em 1º de julho deste ano, o Brasil passará a ocupar a presidência temporária do Mercosul e a Espanha ocupará o cargo equivalente na UE. 

Brasil e Portugal assinaram 13 acordos bilaterais

As agendas com os representantes do Estado espanhol serão as últimas antes de Lula retornar ao Brasil após a visita oficial à Europa, iniciada há cinco dias, em Portugal, onde assinou 13 acordos bilaterais, além de participar de solenidades. Esta é a primeira viagem de Lula à Europa no terceiro mandato presidencial. 

Na 13ª Cimeira Brasil-Portugal, encontro que não ocorria há seis anos, Lula anunciou a instalação de um escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) em Lisboa, para estreitar a cooperação bilateral e novos negócios.  

Portugal é o 17º país que mais importa produtos brasileiros.  Apenas no ano passado, as exportações para o mercado português somaram US$ 4,17 bilhões.  O petróleo lidera a pauta exportadora, respondendo por 59% do total. Outros produtos são soja e milho. Já o Brasil importa azeite, vinho e componentes para aeronaves. Em 2022, o comércio bilateral movimentou US$ 5,26 bilhões, alta de 50,8% em comparação ao ano anterior.  

Na segunda (24), Lula e o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, entregaram o Prêmio Camões, o principal da literatura em língua portuguesa, ao músico, dramaturgo e escritor brasileiro Chico Buarque. Em 2019, Chico foi o vencedor da 31ª edição do Prêmio Luiz Vaz de Camões de Literatura, mas o ato de entrega não foi assinado pelo então presidente Jair Bolsonaro. (Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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