COMBUSTÍVEIS

Caminhoneiros entram na Justiça para suspender política da Petrobras

Associação que representa a categoria pede o fim da política de paridade com o mercado internacional

Por Levy Guimarães
Publicado em 14 de março de 2022 | 18:25
 
 
Wallace Landim, conhecido como Chorão, foi o líder da greve dos caminhoneiros em maio de 2018 Foto: Twitter/reprodução

A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) entrou com uma ação civil pública em que pede a suspensão da política de preços da Petrobras, chamada de Paridade de Preço Internacional (PPI).

Protocolada no sábado (12), a ação tramita no Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1), em Brasília.

Adotada em 2016 pelo governo Michel Temer, a PPI vincula o preço dos combustíveis às variações do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional.

Em nota, a Abrava afirma que essa vinculação “tem levado aos aumentos frequentes e desproporcionais do preço dos combustíveis, como o último de 10/03/2022, onde só o diesel teve majoração de 24,9%."

O texto, assinado pelo presidente da associação, Wallace Landim, conhecido como Chorão, afirma que cada reajuste “estrangula os brasileiros, pois a consequência direta é o aumento dos alimentos, remédios, etc”. 

A associação também menciona que mesmo sem ter sido intimada no processo, a Petrobras entrou, nesta segunda-feira (14), com uma petição para que o processo vá para a 9ª Vara Federal da Sessão Judiciária do DF. No momento, ela tramita na 1ª Vara Federal. Segundo os caminhoneiros, a estatal pediu prazo para se manifestar antes de o magistrado decidir sobre o pedido de urgência para a suspensão da PPI.

Nesta segunda, o preço do barril Brent, considerado referência para o mercado internacional de petróleo, fechou em US$ 105. Na semana passada, quando a Petrobras anunciou um reajuste nos preços dos combustíveis, o barril chegou a se aproximar de US$ 140.

Após o aumento anunciado pela Petrobras, Wallace Landim, líder dos caminhoneiros, chegou a dizer que foi "um erro" ele ter apoiado o presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Porém, ele descartou uma nova greve da categoria, como a que ocorreu naquele ano.

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