Kalil critica Zema por nomear secretários que não são mineiros

O pré-candidato ao governo de Minas Gerais, Alexandre Kalil (PSD), criticou, nesta quarta-feira (3), a escolha do secretariado de Romeu Zema (Novo). Em entrevista a uma rádio de Ouro Preto, cidade da região Central do Estado, o ex-prefeito de Belo Horizonte disse que "não tem explicação" Minas ter uma das maiores malhas viárias do país e ter como secretário de Infraestrutura e de Mobilidade um advogado paulista. Atualmente, o titular da pasta é Fernando Marcato. 

"Nós temos um secretário de estrada, de infraestrutura, que é um advogado de São Paulo. Nunca 'tocou' em um trecho de estrada na vida dele. Como o Estado que tem a maior malha viária do país tem como secretário de Infraestrutura, que cuida de estradas, um advogado de São Paulo?", questionou Kalil à Rádio Real FM. Ele ainda alfinetou a escolha de Zema para o comando do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha). Em maio, o governador nomeou a prima do diretor executivo e sócio da Tamisa, empresa que foi licenciada para minerar na Serra do Curral, para chefiar o instituto. 

"Tem que tomar conta, pegar um secretário de Meio Ambiente, que não seja primo primo do Iphan, tia ou sobrinho, e ele tem dar conta disso (...) autorizaram esse crime na Serra do Curral. Qual é o interesse? Qual o interesse do Rodoanel ser feito às pressas? Não estou falando de vida pessoal porque não me interessa onde ele (Zema) mora, com quem ele namora, o que ele tem na vida, se pagou ou agiotou, me interessa o que ele fez como governador. Nós tivemos anos perdidos", afirmou. 

Educação
Durante a entrevista, o ex-prefeito de Belo Horizonte alfinetou ainda a atual secretária de Educação, Julia Sant'Anna. Kalil acusou Júlia, que é fluminense, de ter passado o período da pandemia da Covid-19 no Rio de Janeiro, “enquanto diversos alunos estavam sem aula e passando necessidade no Estado”.   

"A secretária de Educação de Minas é uma carioca. Na pandemia enquanto as secretarias estavam lutando com os alunos, passando necessidade, porque boa parte deles precisam ir para a escola merendar, a secretária de Educação de Minas Gerais passou a pandemia no Rio de Janeiro. Ao invés de cuidar desses alunos desamparados, sem escolas, ela foi para o Rio de Janeiro", afirmou Kalil, que criticou a escolha da secretária. 

"Como se Minas Gerais não tivesse a Universidade Federal de Ouro Preto, de Juiz de Fora, a UFMG, em Belo Horizonte. Lá não tem berço para tirar secretário de Educação? Tem que buscar daquele espetáculo que é o Rio de Janeiro? São coisas sem explicações", avaliou o pré-candidato.

“Não estou atacando ninguém”
Questionado sobre o motivo dos ataques, Kalil se defendeu e disse que “não estava atacando ninguém”. "Eu não estou agredindo ninguém. É um advogado de São Paulo. A secretária de Educação é uma professora do Rio de Janeiro, que passou a pandemia lá. Eu dou um exemplo: a nossa secretária (de BH)  é uma pedagoga da Universidade Federal de Minas Gerais, que passou a pandemia resolvendo como alimentar as crianças. Essa é a diferença que eu quero mostrar para o Estado, não estou agredindo ninguém", afirmou. 

"Eu quero fazer uma campanha sobre quem eu sou, falando sobre o que eu fiz. Esse é o meu jeito e daquele jeito dele (Zema), ele vai mostrar o que fez. O que eu, a população de Ouro Preto, BH e Juiz de Fora sabemos, que é nada", alfinetou o ex-prefeito da capital mineira.

Procurada, a assessoria do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), informou que não comentará assuntos eleitorais até o início da campanha eleitoral. Em nota, Zema afirmou ainda que "segue focado em recuperar os estragos deixados pela turma do Pimentel e PT em todas regiões do Estado".