ELEIÇÃO

PL escala Braga Netto para lançar pré-candidatos em Minas Gerais

Com a ausência de Bolsonaro, ex-ministro tem viajado pelo interior para impulsionar as campanhas

Por Leonardo Augusto
Publicado em 24 de maio de 2024 | 19:02
 
 
 

Sem poder contar com seu principal nome nacional, o PL escalou um substituto para o lançamento de pré-candidaturas do partido nas eleições de 2024 no interior de Minas Gerais. No lugar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a legenda colocou o ex-ministro de Bolsonaro, general Braga Netto (PL), candidato a vice na chapa de tentativa de reeleição do ex-presidente em 2022, para impulsionar as candidaturas no Estado.


Mineiro de Belo Horizonte, Braga Netto ocupou dois cargos no governo de Jair Bolsonaro. O general foi Ministro da Casa Civil e da Defesa. Uma das cidades em que o ex-ministro esteve nas últimas eleições e que deve repetir o embate entre o PT e o PL neste pleito é Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. Braga Netto esteve no último sábado no município para o lançamento da pré-campanha de Coronel Marinho (PL). A cidade é governada atualmente por Daniel Sucupira (PT), que está no seu segundo mandato. O partido de Lula vai colocar na disputa pelo comando da cidade Tarcilei de Brito (PT).


Na última semana, o general esteve também em Ipatinga, no Vale do Aço, para o lançamento da pré-candidatura de Gustavo Nunes (PL), que disputará a reeleição. Na mesma região, em Timóteo, o general participou do lançamento da pré-candidatura de Doutor Renato (PL).


O Vale do Aço é uma das mais importantes regiões do Estado. Com forte presença no setor siderúrgico, Ipatinga, a principal cidade da região, tem o décimo maior colégio eleitoral de Minas Gerais, com 179.843 votos, segundo o Tribunal Regional Eleitoral 


Segundo o presidente estadual do PL em Minas, Domingos Sávio, o partido se prepara para lançar candidatos a prefeito nas principais cidades de Minas. O partido, de acordo com o parlamentar, tem representação em 600 dos 853 municípios de Minas e pretende ainda ter candidatos a vereador ou prefeito em 500 municípios.


Nos locais onde não terá condições de lançar candidato próprio, o partido pretende fazer alianças exclusivamente com quem apoiou o presidente Bolsonaro na eleição de 2022. 


O deputado diz ainda que arranjos estão sendo feitos em outras cidades, como Uberlândia e Uberaba, ambas no Triângulo Mineiro, e que novos lançamentos de pré-campanha serão feitos no mês que vem. “Nossa meta é passar de cerca de 40 prefeitos, número que temos hoje no Estado, para 100" projeta o parlamentar.


BH


A estratégia de usar Braga Netto pelo Estado não irá valer para a capital, onde o partido ainda aguarda uma nova data para a vinda de ex-presidente, que paralisou as viagens pelo país para fazer um tratamento de saúde. “Bolsonaro vem retomando suas atividades, mas ainda não há uma data para viagem”, pontua o presidente estadual do PL, Domingos Sávio.


Bolsonaro passou mal em Manaus com quadro de erisipela no início do mês. Uma visita a Belo Horizonte estava marcada para o dia 11 de maio, mas foi cancelada. A agenda na capital era para o lançamento da pré-candidatura de Bruno Engler (PL) à prefeitura da cidade. Segundo o deputado, o ato agora só vai ocorrer quando Bolsonaro vier à cidade.


Bolsonaro deixa lacuna em BH, avalia especialista


Uma ausência prolongada de Bolsonaro em Minas Gerais pode causar prejuízo às campanhas de seus aliados no Estado. Na avaliação do especialista em direito eleitoral, Luís Gustavo Riani, a ausência do ex-presidente provoca uma lacuna que Braga Netto não irá conseguir sanar. “A gente tem uma polarização entre dois personagens políticos que são Lula e Bolsonaro, e não somente esquerda e direita”, analisa Riani.


Segundo a pesquisa DATATEMPO divulgada em abril, o ex-presidente é um dos principais puxadores de votos na capital. De acordo com o levantamento, 26,9% da população estaria disposta a escolher como candidato um nome apoiado por Bolsonaro. A influência do ex-presidente empata tecnicamente, dentro da margem de erro, com a do presidente Lula, que é de 24,8%.

Para Riani, os números reforçam a importância de Bolsonaro na campanha de BH e essa ausência já estaria impactando o desempenho de Engler. “Em BH até agora não houve o lançamento da pré-candidatura do Bruno Engler. As pessoas não saem de casa para ver o Braga Netto. As pessoas saem de casa para ver o Bolsonaro”, acrescenta o especialista.

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