Nas últimas horas foi ventilada a pré-candidatura do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), ao governo de Minas Gerais nas eleições deste ano. Em evento do PHS, na manhã deste sábado (24), na Câmara Municipal, região Centro-Sul da capital mineira, filiados do partido, por diversas vezes, falaram que ele seria o próximo chefe do Executivo. O prefeito, no entanto, não confirma nem nega se vai tentar o pleito.

Após o evento, em uma rápida declaração à imprensa, Kalil disse que é um homem de compromisso, dando a entender que vai cumprir o seu mandato até o fim. “Eu tenho vários defeitos. Todo mundo conhece todos os meus grandes defeitos. Eu tento, todo dia, diminui-los. Mas eu tenho algumas qualidades, e uma é muito forte: eu quero falar que sou um homem de compromisso e palavra”, afirmou.

Fontes da legenda ouvidas pela reportagem consideraram essa movimentação como “balão de ensaio” para conseguir elevar o nome da legenda nacionalmente e conseguir mais atenção para o evento partidário. É dito ainda nos bastidores que o prefeito já demonstrou interesse em disputar outro cargo público, mas somente em 2022. Entre os motivos para ele não disputar estão o desejo de ele querer finalizar o mandato - que termina em 2020 -, e a difícil situação financeira que se encontra o Estado, como o pagamento do funcionalismo feito atualmente de forma escalonada e o atraso em repasses para as prefeituras mineiras.

Se for mesmo ser candidato, Kalil precisa deixar o comando do Executivo até 7 de abril para entrar na corrida eleitoral. Esse é o prazo máximo determinado pela Justiça Eleitoral para que agentes políticos se descompatibilizem dos cargos.

Senado

Durante o evento partidário, Alexandre Kalil fez um discurso em tom eleitoral, parecido com o de 2016, quando disputou as eleições municipais. Pessoas presentes no encontro até mesmo pensaram que ele iria revelar o desejo de disputar a administração estadual, mas o prefeito disse que o nome do jornalista Carlos Viana era apoiado pelo PHS para a disputa ao Senado. Esse, no entanto, diz ainda que está analisando o convite.

Em conversa com a reportagem, o jornalista contou que aceita o convite com muito carinho e confiança, mas que a decisão sobre a filiação virá próximo do mês de abril. “Já conversei com vários partidos, surgiram muitos boatos, histórias e tudo mais. Mas a minha decisão caminhou agora para analisar tudo que eu recebi e até o dia 7 de abril vou anunciar a filiação definitiva”, declarou Carlos Viana, que pretende pleitar uma cadeira ao Senado.

O prefeito declarou que a “festa da mala acabou” e que o pessoal de Brasília ainda aprendeu e que  continua acreditando que vai fazer de idiota aqueles que apertam os botões na urna. “Não adianta, não vamos comprar ninguém, comprar com empreguinho, com dinheirinho, vamos atender esse povo que está abandonado e está jogado. Está jogado pelos carregadores de mala que durante anos e anos nunca olharam até se instalar o caos absoluto no Estado de Minas Gerais”, disse.

A declaração de Kalil, no entanto, deu a entender que ele não coloca somente na conta do governador Fernando Pimentel (PT) a situação de crise econômica pela qual passa Minas Gerais. “Não vamos aqui colocar na conta de um. Ninguém estoura os recursos do Estado em dois ou três anos. Acabar com este fato vergonhoso, liquidar Minas Gerais demorou muitos anos. Eles liquidaram este Estado e agora cabe ao nosso senador (Carlos Viana) ajudar a reconstruir este Estado, que precisa da saúde decente, de educação, de segurança, nada mais do que isso. É pagar o funcionalismo em dia, é trabalhar sério”, disparou.

Batuque

Faixas com os dizeres “Minas tem jeito, Kalil governador” e “Kalil, governador pra funcionar! É bom pra BH, é bom pra Minas!” foram espalhadas pelo prédio do Legislativo. O prefeito ainda foi recebido com batuques da bateria da torcida organizada Galoucura, ao som de: “Não tem conversa, não tem caô, vamos eleger Kalil governador”.

Durante a música e falas de correligionários pedindo para que ele se candidate ao governo de Minas, o prefeito manteve uma expressão séria e riu poucas vezes.