A presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), afirmou, em Plenário, ter recebido ataques misóginos e machistas pelas redes sociais. Nely Aquino (Podemos) contou nesta terça-feira (08) ter apresentado representação criminal contra os ataques, além de ter protocolizado cópia da representação e do boletim de ocorrência para que constem da ação judicial que já havia aberto contra o prefeito Alexandre Kalil (PSD).
Ela responsabiliza o prefeito de BH pelos ataques por entender que as ameaças recebidas pela internet estão relacionadas às críticas que lhe foram dirigidas pelo chefe do Executivo durante entrevista à imprensa. Parlamentares prestaram solidariedade à presidente, criticaram a violência política contra as mulheres e a sub-representação a que estão sujeitas nos espaços decisórios.
Também vítima de ameaças, Gilson Guimarães (Rede) afirmou ter feito representação na Polícia Civil para que as providências cabíveis sejam tomadas; o vereador entregou à Câmara Municipal cópia do boletim de ocorrência e das ameaças por ele recebidas.
A presidente da Câmara disse não à violência política, ao machismo e à misoginia em seu discurso proferido nesta terça pelo Dia Internacional da Mulher, para o qual a Superintendência de Comunicação Institucional da CMBH preparou vídeo especial exibido em Plenário e veiculado nas redes sociais. “Não me ameacem, porque não vou baixar a cabeça para este tipo de ataque”, afirmou Nely Aquino em referência a ameaças recebidas pela internet, as quais foram objeto de representação criminal.
A parlamentar conta que sofreu ataques pessoais contra sua honra e história e classificou as ameaças como baixarias de cunho machista e misógino. “Machistas, suas agressões são socos no ar e não me calarão”, declarou Nely Aquino.
Iza Lourença (Psol) prestou solidariedade a Nely Aquino, que, segundo ela, recebe ataques machistas por ser uma mulher na política. “Nos violentam por sermos mulheres, por sermos negras, por sermos indígenas, por sermos lésbicas, por sermos bissexuais, por sermos travestis, porque somos diversas”, afirmou a vereadora.
Macaé Evaristo (PT) também prestou solidariedade à presidente da Câmara Municipal e afirmou que o exercício parlamentar de Nely não pode ser atacado pelo fato de ela ser mulher. Macaé salientou que são várias as mulheres vítimas de violência política na atualidade e disse que o 8 de março deve ser um dia de luta no qual os direitos das mulheres sejam reafirmados em todos os níveis. (Com informações da Câmara Municipal de Belo Horizonte)