Questionado sobre uma possível anistia aos presos dos atos do dia 8 de janeiro de 2023, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), afirmou que interpretou o fato como "baderna, manifestação e insatisfação", em entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (25/8).
Zema apontou que, em nenhum país do mundo, o que houve no dia 8 de janeiro seria julgado como golpe. Além disso, o chefe do Executivo mineiro criticou as punições dadas aos presos envolvidos nos atos. “Tivemos inúmeras mobilizações similares da esquerda que foram tratadas meramente como manifestações nos últimos anos. Um golpe de Estado é sempre feito com apoio de forças armadas e milícias. Cabe um desconto muito grande porque ninguém deu tiro, ninguém foi assassinado, não tivemos um confronto que caracterizaria um golpe. Houve depredação e baderna, e as pessoas que fizeram isso precisam ser punidas", disse.
"Em nenhum outro lugar do mundo uma pessoa que escreveu com batom em um monumento público seria condenada a 14 anos de prisão. Precisa punir, de acordo com a pena que a lei determina para invasão e depredação, e não para atentado contra a democracia. E, se já teve muito atentado no passado, posso dizer que foi provocado pela esquerda e ninguém recebeu esse tratamento”, completou Zema.
Candidato a presidência em 2026
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi oficialmente lançado como pré-candidato à Presidência da República em evento nacional do Partido Novo, no início de agosto (16/8). O anúncio foi feito em São Paulo num evento com a presença das principais lideranças da legenda.
A entrevista ao Roda Viva, na noite desta segunda-feira (25/8), faz parte da estratégia adotada pelos marqueteiros do governador mineiro para nacionalizar o nome de Zema e torná-lo mais conhecido em outras regiões do país.
A candidatura do governador mineiro deve disputar votos no campo da direita, base eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que atualmente está inelegível e não poderia disputar a eleição presidencial do próximo ano. Ele é um defensor da ideia de que os partidos de direita devem lançar diversas candidaturas no primeiro turno para conseguir uma base consistente e capaz de fazer frente ao presidente Lula (PT), que pode disputar a reeleição, em um eventual segundo turno.