pós atos

Os ministros Cardozo e Rosseto avaliam as manifestações

Os dois ressaltaram a legitimidade dos protestos, entendidos por eles como expressões individuais e coletivas

Por Carlos Andrei Siquara
Publicado em 15 de março de 2015 | 20:36
 
 
O governo federal prometeu anunciar nos próximos dias um conjunto de medidas de combate à corrupção no país, pedido de milhares de pessoas que foram às ruas neste domingo. Após a série de protestos realizados em todo o país, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, realizaram um pronunciamento para divulgar a posição oficial do governo.Foto : José Cruz/Agência Brasil José Cruz/Agência Brasil

Em encontro com a imprensa, no início da noite, em Brasília, os ministros José Eduardo Cardozo e Miguel Rossetto compartilharam as avaliações do governo sobre as manifestações deste domingo. Os dois ressaltaram a legitimidade dos protestos, entendidos por eles como expressões individuais e coletivas. No entanto, criticaram posicionamentos, que põem em risco os direitos conquistados pela democracia, como, por exemplo, aqueles que sugerem o retorno da ditadura.

Cardozo ressaltou a importância de se ouvir os possíveis questionamentos levantados pela população, especialmente os que auxiliarem na construção de medidas. "O diálogo está aberto para todas as pessoas que tenham propostas e façam a sua manifestação na perspectiva de se contribuir com a criação de soluções", disse o ministro da Justiça. Todas as sugestões são bem-vindas, o que não é aceitável é o golpismo, a intolerância e o impeachment infundado", acrescentou.

Um assunto comentado por ele foi o clamor do povo pelo fim da corrupção. Sobre isso, Cardozo sublinhou a importância de se rever o sistema político brasileiro, que, ao seu ver, se revela hoje "anacrônico". O ministro encampou a defesa de uma reforma política que precisa ser debatida pela sociedade e apontou o fim do financiamento empresarial a partidos e campanhas eleitorais como um dos principais pilares de uma série de problemas.

"É necessário uma reforma política que feche as portas desse sistema à corrupção, o que poderia ser alcançado, principalmente com o fim do financiamento empresarial às campanhas eleitorais. É importante que existe um diálogo que leve à construção de um novo sistema político", disse.

Rossetto também endossou a necessidade de se colocar em pauta uma reforma política e enfatizou que em breve serão trazidas à público novas medidas de combate à corrupção pela presidente Dilma Rousselff. "Essas são medidas que ela inclusive já havia colocado como uma das prioridades no seu plano de governo e que vão ser anunciadas nos próximos dias para justamente atuar no combate à corrupção", afirmou o ministro da Secretaria-geral da Presidência.