Por volta das 13h desta terça-feira (30) o ex-governador Fernando Pimentel (PT) chegou ao Fórum Lafayette, em Belo Horizonte para ser interrogado com relação as acusações pelos crimes de lavagem de dinheiro, caixa dois e tráfico de influência. Os fatos investigados ocorreram quando o petista ocupava o cargo de ministro do governo Dilma Rousseff e às vésperas da eleição para o governo do Estado, em 2014.
O depoimento do ex-governador durou cerca de 30 minutos. O petista evitou falar com a imprensa e afirmou que "tudo que tinha para falar, foi dito nos autos do processo".
Também compareceram ao fórum para interrogatório Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, dono de uma gráfica e delator do processo contra Pimentel; Marcos Coimbra, dono do instituto de pesquisas Vox Populi, além de Márcio Iran, diretor da empresa. Ele são acusados de alguns crimes juntamente com o ex-governador.
Essa é a primeira vez em que o ex-governador e o seu delator ficam frente a frente. Após o depoimento de aproximadamente uma hora, Bené, que era aliado de Fernando Pimentel, foi questionado pela reportagem de O TEMPO sobre o primeiro reencontro com o petista. "Eu prefiro nem falar sobre isso", resumiu o empresário.
Apesar de não falar com a imprensa, durante seu depoimento Bené reafirmou todas as acusações contra o ex-governador e questionado, explicou como funcionava o esquema ilegal na gráfica que comandava.
Veja o momento da chegada de Fernando Pimentel ao fórum
Outro acusado
O dono do instituto de pesquisas Vox Populi, Marcos Coimbra, que teria emitido notas fiscais falsas para comprovar gastos de campanha do ex-governador, também falou pouco. Questionado sobre as acusações ele afirmou que "tudo vai ser dito no lugar adequado". Perguntado sobre o depoimento que se seguiria, disse "só vou responder o que for perguntado", completou.
Promotoria
O único a conceder entrevista foi o promotor eleitoral Ivan Eleutério, que apesar de ter assumido o cargo recentemente, acredita na força das acusações para se chegar a uma condenação do ex-governador.
"Pelo que existe nos autos, penso que a procedência da denúncia é de rigor e deve ocorrer", garantiu.
Sobre o tempo de reclusão, Eleutério disse que o prazo pode variar, de acordo com os demais processos envolvendo Pimentel.
Fernando Pimentel está envolvido em cinco procedimentos derivados da Operação Acrônimo, desencadeada em 2014 pela Polícia Federal para investigar casos de caixa dois e lavagem de dinheiro. Três deles já viraram processo e dois ainda seguem na fase de inquérito.