Eleições 2022

Saiba o que determina o voto em Bolsonaro em Minas Gerais

Idade, religião e até volume de informações via WhatsApp aumentam as chances de um eleitor escolher o atual presidente, diz DATATEMPO

Por Ricardo Corrêa
Publicado em 09 de maio de 2022 | 21:00
 
 
Presidente Jair Bolsonaro Foto: Alan Santos/PR

A disputa presidencial em Minas Gerais está polarizada hoje entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Os dados da última pesquisa DATATEMPO mostram um refluxo dos outros candidatos e a concentração nesses dois nomes. O petista tem hoje 44,4% das intenções de voto no Estado, contra 29,95% do candidato do PL.  Mas quais são os principais fatores que fazem com que parcela significativa do eleitorado prefira o atual presidente? O DATATEMPO respondeu a essa pergunta com uma análise inovadora que indica os determinantes do voto em cada um dos candidatos. Veja o resultados relacionados a Bolsonaro:

Nenhum fator faz mais diferença para um eleitor votar em Bolsonaro hoje do que ter entre 60 anos ou mais. Nessa faixa etária, segundo o instituto, a chance de um mineiro escolher o presidente aumenta 241% em relação, por exemplo, à faixa de idade entre 16 a 24 anos.

Ser evangélico também faz diferença. Eleitores das religiões que assim se identificam têm 110% mais propensão ao voto em Bolsonaro do que os que se colocam no grupo dos sem religião.

Também faz diferença o volume de informações sobre política que o eleitor recebe por meio de aplicativos de mensagens. Os que dizem receber os conteúdos com frequência têm 74% mais de chances de votar em Bolsonaro do que os que não recebem. Da mesma forma, os que se informam frequentemente sobre política nas redes sociais têm 59% mais propensão ao voto em Bolsonaro do que os que não se informam por esse meio.

O fator de ser homem também faz diferença. Entre eles, as chances de voto em Bolsonaro são hoje 58% maiores do que entre elas.

Também geram diferenças significativas o grau de instrução (eleitores com ensino médio completo ou incompleto têm 37% mais chances de votar em Bolsonaro em relação aos que não têm instrução ou têm apenas o fundamental) e renda (pessoas com renda familiar entre 5 e 10 salários mínimos têm 43% mais chance de votar no presidente do que os que possuem renda de até 2 salários mínimos).

Por outro lado, nenhum fator prejudica tanto o voto em Bolsonaro quanto a condição de ser um eleitor muito impactado pela situação econômica atual no país. Hoje, quem se encontra nessa situação, apontando sofrimento com inflação e desemprego, por exemplo, tem 91% menos chance de escolher o presidente nas próximas eleições. 

Além disso, eleitores hoje sem nenhum interesse nas eleições têm menos chances de votar em Bolsonaro em relação aos muito interessados. E os funcionários públicos, da mesma forma, têm 51% menos chance de escolher o presidente do que os que possuem outras ocupações.

Veja também o que determina o voto em Lula em Minas Gerais.

A pesquisa também mostrou os percentuais atingidos por Lula e Bolsonaro em cada parcela do eleitorado e também qual a parcela de votos da terceira via que cada um deles herda em um eventual segundo turno. Os dados também mostram a avaliação de governo. Por ela, Bolsonaro aparece com melhora nos índices, mas ainda rejeitado por 59,1% dos eleitores mineiros.

Dados de registro

A pesquisa DATATEMPO,  instituto que faz parte da Sempre Editora, foi realizada com recursos próprios, por meio de 2.000 entrevistas domiciliares, em todas as regiões de Minas Gerais, entre os dias 30 de abril e 5 de maio de 2022. A margem de erro do levantamento é de 2,19 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. Conforme preceitua a legislação eleitoral, o levantamento foi registro no TSE com o protocolo BR-00720/2022 e no TRE-MG com o protocolo MG-01720/2022.

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