O secretário Municipal de Segurança Pública de Belo Horizonte, Genilson Zeferino, negou, nesta sexta-feira, que a Guarda Municipal tenha sido negligente com o episódio de agressão sofrido pela equipe do jornal O TEMPO. Manifestantes pró-Bolsonaro acampados há dois meses em frente ao Exército na avenida Raja Gabáglia agrediram jornalistas, nesta sexta-feira, que cobriam a operação da Guarda Municipal para desmontar o acompanhamento e liberar a via.

“Parece em alguns momentos que houve negligência da Guarda, pelo contrário, essa ação que vocês presenciaram foi uma ação covarde e eles aproveitaram inclusive esse momento em que a guarda estava mobilizada com a retirada do caminhão e agrediram”, afirmou o secretário que confirmou a identificação de alguns dos agressores. 

“A gente identificou a agressão por parte de uma senhora, ela já foi identificada e é isso.  Essa situação, se por um lado a gente corria um risco, e foi esse o risco que a gente correu, mas resolvemos assumir porque era uma questão de postura”, pontuou. 

Ainda de acordo com o secretário, a operação coordenada pela Guarda Municipal, na manhã desta sexta-feira, foi ordenada após amplo planejamento e tinha como objetivo desobstruir a via e as calçadas. 

“Sabíamos do risco e havia a possibilidade de prisões, porque tínhamos informações de que eles estavam armados naquele ambiente. Os eventos de agressão de ontem, de hoje, são feitas por pessoas deliberadas, que nos parecem ser escaladas para fazer esse trabalho”, destacou Zeferino e ainda ressaltou o nível de organização entre os manifestantes. 

“A gente que trabalha diariamente com o crime em Belo Horizonte, nunca havia se deparado com o nível de organização e hierarquia visto lá. A gente identificou, e por isso o elemento surpresa da nossa operação, que as pessoas que dormiram essa noite lá estavam em menor número e eram todas profissionais”, afirmou. 

“Essas pessoas que participaram das agressões são uma espécie de soldados. Mesmo que a gente tivesse um efetivo ali, esse ataque foi deliberado e nós estamos tratando com pessoas que têm uma experiência para além desse ódio”, concluiu.