O secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais (Seinfra), Fernando Marcato, voltou a falar, nesta quarta-feira, sobre o polêmico traçado apresentado pelo governo de Minas para a construção do Rodoanel. Muito criticado devido ao projeto praticamente 'cortar ao meio' as cidades de Betim e Contagem, o secretário optou por não acatar a proposta apresentada pelas duas cidades, que serão extremamente impactadas, mantendo a ideia inicial do Rodoanel.

Marcato participou do Assembleia Fiscaliza, realizado em reunião conjunta entre a Comissão de Transporte e Assuntos Municipais e Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias. Na apresentação inicial, o chefe da Seinfra, reafirmou que o Rodoanel Metropolitano tem leilão para o edital marcado para o próximo dia 28 de julho. 

Além disso, em sua fala, Marcato afirmou que a construção em torno do projeto partiu de um processo de diálogo, declaração essa já desmentida muitas vezes pelas prefeituras de Contagem e Betim.

O secretário de Zema ainda tentou justificar que o projeto alternativo para o Rodoanel seria mais caro, mas foi logo criticado por parlamentares que estiveram na audiência. Dentre eles, a deputada Beatriz Cerqueira (PT), que discordou da avaliação apresentada por Marcato.

"A avaliação apresentada por Betim em reunião especial aqui na ALMG é justamente o contrário do que o senhor nos apresentou hoje. De que o traçado proposto por Betim e Contagem custaria mais aos cofres", afirmou a deputada.

A parlamentar também discordou da fala do secretário de que o processo foi construído com base no diálogo com os municípios e movimentos sociais.

"Além de ter sido judicializado, tanto pela prefeitura municipal de Contagem como pela prefeitura de Betim, existem hoje várias denúncias tanto no Ministério Público Federal como no estadual, a área da Várzea das Flores será impactada comprometendo o abastecimento de água na região metropolitana, houve também violação do direito de participação da comunidade dos Arturos, dentre outros problemas", pontuou a deputada. 

"Não há um posicionamento e nem consenso quanto à metodologia desse projeto e os relatos que a gente recebeu é justamente o oposto do que foi dito pelo senhor aqui. Recebemos queixas de não diálogo de não consulta. Mesmo com todos os questionamentos, o governo preferiu seguir o traçado proposto sem que houvesse diálogo", completou a parlamentar.

Fato é que o traçado do governo de Minas para o Rodoanel está judicializado e pode ser alterado. As prefeituras de Betim e Contagem, novamente, se colocam à disposição para que, com diálogo, o projeto da importante rodovia na região metropolitana seja correto e benéfico para todos os municípios, bem como para a economia de todo o Estado.