Pesquisa realizada pelo Instituto DATATEMPO demonstra o completo desconhecimento da população sobre os nomes que buscam por seu voto. Porém, o levantamento testou o nível de possibilidade de votos entre os nomes até então colocados. Neste quesito, o deputado estadual Cleitinho Azevedo (PSC) tem os melhores números. Somando os eleitores que “votariam com certeza” e que “poderiam votar”, ele apresenta 15,3%. Já 13,6% não votariam nele de jeito nenhum, sendo que 70,5% não o conhecem e 0,6% não souberam responder.

A pesquisa, realizada entre os dias 30 de abril e 5 de maio, mostra também um alto percentual de desconhecimento dos candidatos. Mesmo quando os nomes são apresentados para os entrevistados, nenhum deles consegue sequer ser avaliado pelos eleitores.

O senador Alexandre Silveira (PSD) registrou 8,8% de eleitores que afirmaram que votariam nele com certeza ou que poderiam votar. Responderam que não conhecem Silveira o suficiente para opinar somam 76,3%, e 14% afirmaram que não votariam nele de jeito nenhum. Não souberam responder apenas 0,9% dos entrevistados.

Presidente do PSD em Minas, Alexandre Silveira assumiu uma vaga no Senado no início deste ano, após o então senador Antonio Anastasia ser indicado para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Silveira tenta agora se eleger senador para se manter na cadeira, e a sua candidatura se tornou o principal obstáculo para uma aliança entre o PSD e o PT. O ex-presidente Lula e o ex-prefeito Alexandre Kalil buscam uma aliança para o palanque em Minas Gerais, mas os petistas querem a vaga ao Senado e já lançaram Reginaldo Lopes para a disputa.

O candidato do PT aparece como o nome com o menor índice de desconhecimento, no entanto, ele é também o que tem maior rejeição de acordo com a pesquisa do Instituto DATATEMPO. No levantamento, 14% disseram que votariam nele com certeza ou que poderiam votar no petista; 17% afirmaram que não votariam no deputado de jeito nenhum, e 68,1% não o conhecem o suficiente para opinar; além de 0,8% que disseram não saber.

 

Palanques

O deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL) aparece com 8,4% dos entrevistados afirmando que votariam nele com certeza ou que poderiam votar; 12,6% responderam que não votariam de jeito nenhum; sendo que 77,9% não o conhecem, e 0,9% não souberam opinar. Álvaro Antônio pretende ser o candidato de Jair Bolsonaro na disputa pelo Senado em Minas, o que poderia lhe render mais conhecimento e, respectivamente, mais intenções de voto. 

Já o deputado federal Marcelo Aro (PP), cotado para fazer parte da chapa do governador Romeu Zema (Novo), foi o candidato que apresentou a maior taxa de desconhecimento entre os concorrentes. O levantamento mostra que 7,4% dos entrevistados votariam em Aro com certeza ou que poderiam votar. Outros 13,6% não votariam nele de jeito nenhum, sendo que 78% não o conhecem o suficiente para opinar e 0,95% não responderam.

Padrinhos

A cientista social Bruna Assis, analista da pesquisa DATATEMPO, aponta a importância de palanques fortes para a campanha dos candidatos ao Senado. Diante do alto grau de desconhecimento por parte da população sobre os nomes na corrida, uma estratégia que pode fazer a diferença para os concorrentes é conseguir se associar aos principais nomes da política nacional e estadual, ou seja, ter “padrinhos”.

“Uma característica importante das eleições para senador é que elas sofrem forte influência do carisma dos candidatos, dos partidos e suas coligações. Nesse sentido, associações com nomes relevantes na corrida para o governo do Estado são, em geral, positivas para candidatos que disputam uma vaga no Senado. O apoio político de um candidato ao governo a um senador, abre palanque para que seu nome seja conhecido e fidelizado entre os eleitores desse candidato, impactando fortemente seu alcance e, consequentemente, seus votos”, avalia Assis.

A pesquisa DATATEMPO, parte do mesmo grupo da Sempre Editora, foi realizada com recursos próprios, por meio de 2.000 entrevistas domiciliares, entre os dias 30 de abril e 5 de maio de 2022. A margem de erro é de 2,19 pontos percentuais, para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%. O registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-00720/2022 e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG) é MG-01720/2022.