Permissionários dos ônibus suplementares de BH teriam deixado de receber R$ 5 milhões em repasses da prefeitura. O recurso era devido dentro do programa de antecipação dos valores do vale-transporte usados pelos servidores, como uma maneira de ajudar a categoria durante a pandemia. Do total de R$ 217 milhões, cerca de 10% era destinado ao transporte suplementar (R$ 21 milhões), segundo os vereadores da CPI da BHTrans.

O presidente do Sindicato dos Permissionários Autônomos do Transporte Suplementar de Passageiros (Sindpautras), Jefferson Gazolla, prestou depoimento ontem na CPI da BHTrans, na Câmara Municipal. Segundo ele, a categoria deixou de receber recursos da prefeitura. “Deixamos de receber mais de R$ 5 milhões. A Transfácil reconheceu a dívida de R$ 2,5 milhões, que vão pagar em dez semanas. Outros R$ 2,65 milhões serão tema de discussão com a Secretaria Municipal da Fazenda”, disse. 

A BHTrans apresenta outro percentual, de 7%. Segundo a empresa foram repassados R$16 milhões do valor ao transporte suplementar. 

Outro problema

Gazolla foi questionado sobre a retenção de 12% dos valores repassados para o transporte suplementar pela Transfácil (Consórcio Operacional do Transporte Coletivo de Passageiros por Ônibus do Município de BH) e pelo SindPautras, que não teria repassado o dinheiro aos donos dos “Amarelinhos”. Segundo dados apresentados na comissão, dos 12% dos recursos previstos, 7,58% ficaram com a Transfácil, 1% com o SindPautras e 3,5% com o TranSuple (consórcio dos permissionários.

O sindicalista defendeu que a reclamação de que nenhuma parte do dinheiro foi para os permissionários é indevida, já que a categoria participou de toda a negociação. “Fica parecendo que a diretoria retêm simplesmente porque quis. Foi tudo aprovado pela categoria. É de conhecimento dos permissionários. Temos uma estrutura com mais de 30 pessoas trabalhando”, disse Gazolla.