Desastre

Zema compara tragédia de Capitólio à queda de raio

Para governador, desmoronamento de parte dos cânions é uma fatalidade. Ele disse que pode restringir tráfego de lanchas durante dias chuvosos no destino

Por Gabriel Ronan, enviado especial a Capitólio
Publicado em 10 de janeiro de 2022 | 17:38
 
 
Governador Romeu Zema esteve em coletiva de imprensa na cidade de São João Batista do Glória Foto: Fred Magno/O Tempo

O governador Romeu Zema (Novo) comparou a tragédia de Capitólio à queda de um raio em entrevista coletiva na tarde desta segunda (10/1) no Clube Náutico da cidade de São João Batista do Glória, município vizinho ao local do acidente. 

"Aquela estrutura, nunca no passado, foi acometida de fato semelhante a esse que ocorreu no sábado. É algo que não sabemos, pode acontecer a cada 100 anos, a cada 500 anos. Sabemos, a partir de agora, que é uma região sujeita a risco, que vai merecer a análise técnica de geólogos", disse o governador. 

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Zema também afirmou que a investigação do fato cabe à Polícia Civil e à Marinha do Brasil. A instituição mineira já abriu um inquérito para apurar os fatos por meio da Delegacia de Passos, também no Sul de Minas.

O governador disse que pode restrigir o tráfego de lanchas em Capitólio em dias chuvosos para evitar novos acidentes. Perguntado sobre uma ajuda financeira para o município, que depende do turismo, Zema afirmou que a prioridade de momento é as cidades atingidas pelas chuvas na Grande BH.

"A prioridade são eles (vítimas das enchentes). Eles que estão precisando de ajuda humanitária. Estão precisando da ajuda do governo", ressaltou.

 

Preocupação com o nível do Lago de Furnas

O governador afirmou, ainda, que tem se reunido com o governo federal para discutir a diminuição do nível do Lago de Furnas, onde aconteceu o acidente. Nos últimos anos, a profundidade da lagoa que passa por 34 cidades têm diminuído.

"Perdi as contas das vezes que me reuni com o ministro Bento (Albuquerque, de Minas e Energia) para discutir isso. É uma preocupação. Fui a Alfenas e vi locais que eram turísticos não terem mais água para atrair pessoas", disse Zema.

O chefe do Executivo estadual conversou com jornalistas por cerca de 15 minutos. Ele também citou outras preocupações de momento do estado, como a barragem de Pará de Minas. Segundo Zema, o nível da estrutura diminuiu 30 centímetros hoje. 

O governador também afirmou que o Estado recebeu R$ 47 milhões do governo federal para gastar com as tragédias do período do chuvoso.