Crise hídrica

Zema diz que as represas de Minas estão em situação de calamidade pública

A fala foi feita durante cerimônia, nesta quarta-feira (22), para assinatura do termo de adesão ao processo de tombamento dos lagos de Furnas e Peixoto

Por Franco Malheiro
Publicado em 22 de setembro de 2021 | 10:21
 
 
Zema Foto: Uarlen Valério/O TEMPO

O governador Romeu Zema afirmou que o nível de água nos reservatórios de Minas está em uma “situação de calamidade pública”. A fala foi feita durante cerimônia, nesta quarta-feira (22), para assinatura do termo de adesão ao processo de tombamento dos lagos de Furnas e Peixoto.

“Infelizmente, nos últimos dias, tive notícias que o nível do lago (Furnas) foi reduzido. Mas eu quero dizer que se esse problema fosse fácil, eu já teria resolvido. É um problema complexo, ele está dentro do contexto Brasil, que é um país que tem pecado, infelizmente pela falta de planejamento”, afirmou o governador. “ O caso de Furnas se repete em Nova Ponte e se repete em várias outras represas do Estado, é realmente uma situação, eu diria, de calamidade pública”, completou.

Em sua fala, Zema culpou a falta de planejamento nacional nos últimos anos pela a crise hídrica que o Brasil passa. 

“Claro que não é um problema de hoje, é um problema de 10, 15 anos atrás. Tivéssemos Belo Monte e Santo Antônio produzindo a energia que elas produzem em época de rios cheios, muito provavelmente os nossos reservatórios aqui de Minas teriam sido poupados. Então, como todo o sistema de energia é conectado, quando algo dá errado em algum lugar, reflete-se em outro”, completou. 

Segundo Zema, a resolução do problema depende de um planejamento a longo prazo e do aumento do nível das chuvas. 

“Precisamos de um planejamento feito agora para se refletir daqui a 5 a 10 anos e também de um pouco de chuva. A falta dela tem nos castigado”, disse e aproveitou para falar sobre a necessidade do uso outras matrizes energéticas no país, como a fotovoltaica e a eólica : “Espero que em breve possamos ter uma energia mais limpa, mais barata e que preserva o nível dos nossos reservatórios”, pontuou. 

O governador disse também que já se reuniu com o governo federal para tratar sobre o tema, mas ainda não conseguiu resolver o problema.

“Já fui a Brasília diversas vezes para tratar o tema. Não foi esse mês, nem o mês passado, é desde o começo do meu mandato. Já tratei com o ministro, com a Aneel e continuamos tratando, infelizmente não tivemos sucesso”, relatou.