Na última terça-feira (3), Marcus Salum, presidente da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do América, participou da reunião que prevê a criação da Liga Brasileira de Futebol (Libra), realizada em um hotel em São Paulo. Para Salum o motivo de vários clubes, entre eles o América, não terem assinado o documento foi a divisão de receitas.

“Quando chegamos na reunião para protocolar a Libra percebemos que o acordo seria inviável. Existem divergências especificamente em relação à divisão de recursos de TV e também na forma de distribuição dos direitos. A forma não foi correta”, explicou Salum.

Segundo o dirigente, a Liga tem tudo para ser criada, mas a disparidade na divisão de recursos pesou na hora de assinar. “Temos um grupo de clubes que querem a formação da Liga com os outros seis, não existe divergência sobre isso, mas temos que ter o critério de divisão. Não podemos ter um disparate entre o último e o primeiro. Esse multiplicador do último para o primeiro é que temos que acertar”, informou.

Assinaram o documento para a criação da Liga Brasileira de Clubes Flamengo, Bragantino, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, da Série A, além de Cruzeiro e Ponte Preta, que estão na Série B.

Um dos pontos abordados pelo estatuto da Libra é que em oito meses, no mínimo 12 clubes precisam assinar o documento, caso isso não aconteça a Liga se desfaz. “Pelo estatuto, a criação da Liga só pode existir com no mínimo 12 clubes da Série A. Não haverá consenso se não tiver entendimento. A Libra se desfaz em oito meses se não houver 12 clubes”, revelou.

Para Salum, os clubes não estão longe de um acordo para a criação da Libra, basta resolver a questão da distribuição de recursos. “O objetivo é sentar na mesa e discutir a forma de dividir entre clubes da Série A e B, e entre maiores e menores”, avaliou o dirigente.

Marcus Salum também comentou que existem dois grupos, um a favor da proposta original, formado por seis clubes: Palmeiras, São Paulo, Corinthians, Santos e Red Bull Bragantino e Flamengo. E o outro, onde os clubes reivindicam melhorias na divisão de receitas, composto por Atlético, Goiás, Juventude, Internacional, Athletico-PR, América, Curitiba, Cuiabá, Avaí, Fluminense, Botafogo, Ceará, Atlético-GO e Fortaleza, o qual Rafael Menin, um dos R’s do Atlético, lidera.

“O Atlético lidera o grupo dos 14 porque entende que esse é o melhor caminho. Quem começou isso foi o Rafael (Menin)”, disse.

Na visão de Salum, o acordo não está longe de acontecer, basta uma modificação na divisão de receitas. “O assunto não está difícil de acertar, mas a forma posta está muito ruim. Temos um grupo com a formação da liga com os seis, o maior problema da liga é que não pode ter um disparate entre o último e o primeiro. Esse multiplicador é onde temos que nos acertar, e vamos nos acertar”, esclareceu.