Já há algumas semanas, o jogo entre Flamengo e Atlético, na quarta-feira (13), é assunto nacional, mas muito pelo que envolve o extracampo. De acordo com Eduardo Benones, procurador da República que atua no Ministério Público Federal (MPF), o clima criado principalmente entre torcedores e atinge jogadores e dirigentes não é bom e deve piorar, o que gera risco para os envolvidos.

"Esse clima meio hostil é ruim e tende a piorar. Por causa disso, a minha maior preocupação é com o pós-jogo, porque ali, uma das partes sairá derrotada. Teremos uma atenção maior com a avenida Brasil e a rodovia Washington Luiz, uma das vias de acesso para quem volta para Minas Gerais", contou o procurador, que cuida do gabinete de controle externo da atividade policial.

Para esta partida, que ocorrerá às 21h30 e é válida pela volta das oitavas de final da Copa do Brasil, será efetuada uma operação policial que reúne diversos órgãos, como a Polícia Militar do Rio de Janeiro, através do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (Bepe) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que irá monitorar toda a extensão da BR-040.

"Vale reforçar que tivemos uma atenção especial com o corredor viário, sendo um ponto crítico. Mas a atividade da PRF estará completa, tanto na fiscalização dos ônibus fretados como naqueles de viagem, além dos veículos particulares. Fala-se em cerca de 20 ônibus de torcidas, mas trabalhamos com a possibilidade de pelo menos o dobro", explicou Benones.

Segundo ele, os órgãos pensaram em chamar alguns líderes de torcida para uma reunião, mas isso não aconteceu. "Eu tenho aconselhado a elaborar um trabalho mais educativo. Íamos chamar os torcedores para uma conversa, mas vimos que isso pode ter um efeito contrário, podendo, talvez, contribuir para um clima ainda mais tenso. A ideia é que a rivalidade fique apenas em campo", completou.

Na última quarta-feira (6), o MPF se reuniu com representantes da PRF, PM, Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e representantes do Atlético para falar sobre o assunto. O Flamengo, apesar de solicitado, não compareceu à reunião; em nota, alegou que segurança pública é dever do Estado.

“Nosso papel, tendo em vista a jurisdição federal sobre a BR-040, é garantir que as forças federais atuem em articulação com as forças estaduais sem perder de vista a necessidade de respeito ao pacto federativo. Neste contexto, o policiamento ostensivo da PRF tem e terá caráter preventivo, sem prejuízo de eventual responsabilização criminal dos que a pretexto de torcer pratiquem atos de violência”, analisou o procurador Eduardo Benones.