Sem gambiarra

Por grandes eventos, Arena MRV abre alas para carretas e oferece estrutura fixa

Túneis de acesso ao campo permite a passagem de grandes veículos; estádio também vai oferecer camarins, banheiros, bares e geradores na altura da pista, o que reduz custos

Por Thiago Nogueira
Publicado em 07 de abril de 2020 | 17:00
 
 
Estádio atleticano aposta em funções multiuso para receber grandes atrações Arena MRV/Divulgação

A Arena MRV foi concebida para ser a casa de jogos do Atlético. Essa é a prioridade. Mas, mais do que isso, ela se propõe a ser principal opção de Belo Horizonte para receber grandes shows e diferentes tipos de eventos, uma vez que seu projeto arquitetônico dá alternativas para baratear os custos e agilidade na montagem e desmontagem de equipamentos.

Na prática, o produtor conseguirá entrar com sua carreta dentro do gramado, otimizando o processo. O projeto prevê quatro túneis laterais de 10 m de altura e outros dois auxiliares de 5 m que facilita a circulação de grandes veículos. Além disso, há uma via interna, que circunda o gramado, de 6 m de largura, o que possibilita o trânsito em volta do campo.

O projeto também deixará estrutura de camarins, bares e banheiros já prontos, no nível da pista, sem a necessidade de contratação de equipamentos temporários, como tendas e banheiros químicos. Os geradores também ficarão próximos do campo, o que diminuir gastos de cabeamento, por exemplo.

Isso foi pensado para entrarmos de forma competitiva neste mercado. Tivemos a preocupação de facilitar a vida do produtor. A montagem mais rápida ou devagar vai demandar do tipo de estrutura que vai ser montada. Mas temos consultores viários, de manobra de carreta, tudo isso já foi estudado. Não queremos que alguém tenha que fazer uma gambiarra. Estamos pensando as soluções em projetos", pondera o arquiteto Klauss Oliveira, da Farkasvölgyi Arquitetura.

Autor do projeto da Arena MRV, Bernardo Farkasvölgyi compara a estrutura do estádio atleticano a espaços em outros países. "Eu consigo ter uma agilidade tão grande de montar, fazer o show e desmontar em 24 horas. Isso é um diferencial muito grande. Isso não é comparável com as arenas brasileiras, vou ser ousado em dizer que é comparável com as arenas de todo o mundo", destacou.

O Mineirão é hoje o principal palco de entretenimento no Estado, com mais de 250 eventos anuais. O estádio, porém, recebe algumas críticas por ter túneis de acesso ao campo mais estreitos, de 5,5 m, o que não comporta a entrada de grande veículos.

As obras de terraplanagem da Arena MRV deve começar nos próximos dias. O estádio deve ficar pronto em meados de 2022. O clube ainda não definiu se vai usar grama natural ou sintética na arena. A segunda opção é uma aliada para a montagem de estruturas no campo, já que não estraga como a primeira. A diretoria já avisou que a opção levará em conta questões técnicas, estudadas com a comissão.

O Super FC publica está publicando nesta semanas reportagens que detalham o projeto arquitetônico da Arena MRV. A primeira matéria sobre o vestiário atleticano você lê aqui.