Aguardado em Belo Horizonte para assinar contrato com o Cruzeiro, o paraguaio Bruno Valdez, de 30 anos, está perto de entrar para uma seleta lista no clube: até hoje, apenas oito zagueiros estrangeiros vestiram a camisa da Raposa.

De acordo com levantemento feito com apoio do portal cruzeiropedia, o primeiro 'xerife' gringo da história do clube foi o italiano Benito, que defendeu o Cruzeiro no início da década de 1960, tendo feito 65 partidas e se sagrado bicampeão estadual pelo clube (60 e 61).

Depois dele, veio o alemão Viktor, no final da década de 60, mas o 'divisor de águas' foi mesmo a contratação do argentino Roberto Perfumo. De 1971 a 1974, o gringo fez 141 jogos pelo Cruzeiro e se transformou em ídolo da China Azul. Se sagrou tricampeão estadual (72, 73 e 74).

Outro nome de destaque de defendeu o Cruzeiro foi o uruguaio Pedro Forlán, mas sua passagem foi curta, com apenas quatro partidas, uma delas a final do Mundial de Clubes contra o Bayern de Munique, no Mineirão, em 1976.

Dali por diante, as 'lembranças' da torcida do Cruzeiro sobre zagueiros estrangeiros não são lá muito boas. No final dos anos 1990, o paraguaio Espínola não chegou a comprometer e fez parte do elenco que conquistou a Recopa Sul-Americana em 1998.

Já no final da década de 2000, a tentativa foi com o equatoriano Espinoza. Apesar de ter sido campeão mineiro em 2008, o jogador foi muito criticado pela torcida e acabou não tendo vida longa na equipe.

Quem conseguiu 'render' um pouco mais foi o urugaio Victorino. Campeão Mineiro em 2011, ele fez parte da equipe que correu risco de rebaixamento até a última rodada do Brasileirão daquele mesmo ano.

Por fim, a última contratação de um zagueiro estrangeiro foi o equatoriano Caicedo, em 2017. Também sem agradar a torcida, fez apenas 24 jogos pelo clube. Pra completar, o Cruzeiro ainda acabaria punido depois pela Fifa com um transfer ban em função de atrasos de pagamento junto ao Independiente del Valle.

Valdez, que rescindiu contrato com o América do México após seis anos no clube, confirmou na quarta-feira (11), em entrevistas à rádios do Paraguai,  que o acerto com o Cruzeiro já estava bem próximo. Nesta quinta (12), a situação evoluiu ainda mais e o 'martelo foi batido'.

O Cruzeiro não divulga valores da negociação, mas a expectativa é de que o novo reforço assine contrato com dois anos de duração.

Os zagueiros gringos do Cruzeiro:

Benito - Itália (1960 a 1962): 65 jogos, 1 gol
Viktor - Alemanha (1967 a 1969): 23 jogos, 0 gols
Perfumo - Argentina (1971 a 1974): 141 jogos, 6 gols
Pablo Forlán - Uruguai (1976): 4 jogos, 0 gols
Espínola - Paraguai (1999): 35 jogos, 1 gol
Espinoza - Equador (2008 a 2009): 40 jogos, 3 gols
Victorino - Uurguai (2011/2013): 56 jogos, 2 gols
Caicedo - Equador (2017); 24 jogos, 0 gols

 

Outras posições

No total, 62 estrangeiros já vestiram a camisa do time principal do Cruzeiro, mas cinco deles acabram disputando apenas amistosos e um (o argentino Prediger) sequer entrou em campo.

Outros seis jogadores estrangeiros também já estiveram na Toca da Raposa, mas só atuaram nas categorias de base: o lateral esquerdo Arnold (camaronês), o meia Róbson Bolívia, os atacantes Latorre (uruguaio), Ávalos (paraguaio), Gilbert Álvarez (boliviano) e Fidel Martinez (equatoriano).