Robson Pires, diretor comercial do Cruzeiro, foi procurado pela reportagem do Super FC para comentar sobre a polêmica não aparição da faixa Toca da Raposa 3 no Mineirão em dias de jogos do clube celeste. A decisão tem a ver diretamente com a notificação extrajudicial da Minas Arena à empresa Konami, que modificou o nome do Mineirão no game "Pro Evolution Soccer 2019" para o apelido dado pela torcida celeste. 

O dirigente afirmou que o clube possui um contrato de licenciamento com a Konami para o uso das referências do clube no título, dentre elas a marca, jogadores e também o estádio que o time atua, no caso o Mineirão. 

"Nós fizemos um contrato comercial de licenciamento com a Konami para o uso em seu jogo interativo (PES 2019) das imagens, da marca e do nome dos jogadores do Cruzeiro, e no vínculo está expressamente autorizado ao Cruzeiro, desde que usada de forma associada ao clube, o nome do Mineirão. No contrato não há celeuma alguma, não há nenhum problema do Cruzeiro com a Minas Arena. Há o reverso. Existe uma boa convivência desde, principalmente, a posse da nova presidência. Estamos trabalhando em conjunto para resolver qualquer problema. O contrato é claro, não posso divulgar detalhes porque existem cláusulas de confidencialidade, mas esse detalhe eu posso divulgar e nele está com todas as letras, o instrumento assinado entre Cruzeiro e Konami, que o local onde o Cruzeiro é associado às suas partidas, o mando de seus jogos, é o Mineirão", destaca Robson. 

A Minas Arena notificou a Konami pelo uso indevido dos naming rights do Mineirão e aguarda um posicionamento da empresa, caso contrário moverá uma ação na Justiça norte-americana. De acordo com Robson Pires, a ideia de chamar o Mineirão de Toca da Raposa 3 no PES 2019 não teria partido do clube. 

"O que ocorre é que há no imaginário do torcedor alguns nomes e apelidos carinhosos ao estádio. O próprio Mineirão em nota de agradecimento pela data festiva de aniversário reconhece que ele é tratado carinhosamente por outros nomes, como Gigante, como segunda casa do Coelho, Toca 3 e isso fica no imaginário do torcedor. O que a Konami pode ter entendido é que esse nome poderia ser objeto de uma negociação ou uma conversa, mas não passou disso. O que existe é um contrato firmado para usar o nome Mineirão associado à imagem do Cruzeiro quando está jogando em seu mando de campo", explica o diretor. 

Ele não teme, por exemplo, que o Cruzeiro possa ser processado por ter firmado este tipo de parceria com a Konami e alega que o Mineirão também se apropria da imagem do clube. 

"A gente faz isso há anos, não vemos problema. Eles (Minas Arena) podem, naturalmente, em algumas peças, em algumas comunicações que eles fazem dos espaços que possuem, exclusivos deles, associar o Cruzeiro ao Mineirão, associar o clube à marca deles e o reverso, para nós, é verdadeiro justamente por esta boa convivência, por essa relação que não há como separar o conteúdo do local, no caso o Mineirão. Quem mais joga, quem realmente vai ao Mineirão sempre, em todos os jogos, é o Cruzeiro. Isso já é uma prática que vem de anos. A gente confia nesse acordo que existe. Eles podem usar nossa marca em suas propriedades em dias dos jogos nossos e o contrário a gente acredita que vale. Por associarmos a imagem do local onde exercemos o mando de campo, nós podemos usar junto ao Cruzeiro o nome do Mineirão", salienta o diretor. 

Robson acredita que tudo não passou de um grande mal entendido. "Em relação ao Cruzeiro, eu acredito que não (processo judicial). O que houve realmente foi um mal entendido. Nós temos com eles (Minas Arena) essa boa relação que está melhorando a cada dia. Não vejo que as coisas possam caminhar para este lado não", complementa o dirigente do Cruzeiro. 

Quando a faixa volta? 

O torcedor do Cruzeiro também quer saber sobre a faixa e quando ela poderá ser utilizada no Mineirão. Relatos dão conta de que a Minas Arena também está vetando que os torcedores utilizem os dizeres em suas bandeiras. Robson afirma que o clube vai conversar com a gestora em busca de um consenso. 

"Nós vamos conversar com o Mineirão. Com certeza nós chegaremos a um consenso. Não é uma decisão de mão única, unilateral. Como eles são os nossos parceiros, vamos conversar com eles e vamos aguardar mais um pouco", concluiu Robson.

Recentemente, ao Super FC, Marco Antônio Lage, vice-presidente executivo, destacou que a decisão de não utilizar a faixa tem como objetivo manter as boas relações com a Minas Arena e que, no momento certo, ela voltará ao estádio.