O Cruzeiro não definiu a situação de Sassá, dispensado pelo Coritiba após ser flagrado em uma festa e desrespeitar as normas do Coxa. Mas ele engloba uma lista de atletas que integraram o elenco da queda, mas não se deram muito bem na sequência de suas carreiras. Por possuir contrato com a Raposa, inevitavelmente um veredito sobre o futuro de Sassá vai passar por um retorno à Toca da Raposa. O staff do atleta, todavia, garante que o caso não é pra 'justa causa', como o Coxa vem aventando. 

As circunstâncias dos demais atletas, obviamente, envolvem outras situações, que não são disciplinares. Porém reforçam até mesmo uma certa 'maldição' sobre alguns daquele grupo. 

Quem saiu e voltou 

Um dos exemplos mais icônicos é o do volante Henrique. O veterano volante, de 35 anos, capitão de dois títulos da Copa do Brasil, mas que também ficou marcado por ser o dono da braçadeira na queda, se despediu do vínculo por empréstimo com o Fluminense após sete partidas, fazendo o caminho de volta para Belo Horizonte. Encarou uma fortíssima rejeição da torcida, que até hoje questiona sua utilização no time. 

A mesma jornada foi seguida por Marquinhos Gabriel. O meia-atacante não emplacou no Athletico Paranaense, deixando o time após 16 jogos e dois gols marcados. Ele aceitou a proposta celeste e voltou à Toca, inclusive iniciando os treinamentos nessa última segunda-feira. Com Marquinhos Gabriel, seis atletas que estiveram no confronto permanecem no Cruzeiro. São eles o goleiro Fábio, os zagueiros Cacá e Léo, o meia Maurício, que entrou no decorrer do compromisso, além de Henrique. 

O lateral Dodô, ainda sem clube, estava também naquele compromisso, e ele milita na Justiça para ter seu contrato reativado com o Cruzeiro. A discussão jurídica sobre o caso prossegue. No elenco atual do Cruzeiro, Vitor Eudes, Vinícius, Dedé, Ariel Cabral, Vinícius Popó e Welinton também são remanescentes do grupo que acabou caindo à segunda divisão nacional. 

Maldição? 

Apontado pela torcida como o grande vilão da queda, Thiago Neves ainda discute sua situação judicial com o Cruzeiro, mas conseguiu a liberação para assinar com qualquer outro clube. Assim o fez, fechando com o Grêmio. Acabou entrando em campo em apenas 14 partidas, até que o clube resolveu romper o vínculo com o jogador por causa de uma cláusula de renovação automática para 2021, com pagamento de R$ 2,4 milhões em luvas e aumento de salário. Recentemente, esteve envolvido em uma possibilidade de vestir a camisa do arquirrival Atlético, mas a rejeição foi tão grande que o negócio melou. 

 

Outro medalhão daquele time de 2019, Fred jogou nove partidas pelo Fluminense neste ano, marcando um gol. Mas neste período já teve uma lesão na coxa e recentemente está fora de combate devido à Covid-19. 

O lateral-direito Orejuela enfrentou altos e baixos no Grêmio, viu até mesmo Victor Ferraz assumir a posição, mas vem sendo titular nos últimos jogos, inclusive o empate com o Fortaleza por 1 a 1, na última rodada da Série A. Também no Fluminense, o lateral-esquerdo Egídio encontrou agora disputa com Danilo Barcelos, mas vinha se mantendo como titular, apesar das críticas. Foram 26 jogos até então.  

Quem também foi parar no futebol carioca é o atacante Pedro Rocha, que jogou sete partidas com a camisa do Flamengo nesta temporada e fez um gol. Ele vem sempre sendo uma opção no banco, e disputou três jogos no Brasileirão, o último deles no dia 5 de setembro, quando o Flamengo venceu o Fortaleza por 2 a 1. Pedro Rocha esteve em campo por apenas 12 minutos. 

O goleiro Rafael vem sendo o titular de Sampaoli no arquirrival Atlético, mas terá agora a concorrência de Éverson, que trabalhou com o argentino no Santos. 

Mas há também quem firmou 

Fabrício Bruno, Éderson e David acabaram virando peças importantes de Red Bull Bragantino, Corinthians e Fortaleza, respectivamente. David, por exemplo, já disputou 27 partidas pelo time cearense, com três gols marcados. Outro destaque é Rodriguinho, que no Bahia já fez 17 gols e marcou cinco gols.  

Os últimos veteranos 

O lateral-direito Edílson e o meia Robinho aceitaram permanecer no time para a temporada, mas tiveram seus contratos rescindidos durante a paralisação do futebol. Edílson foi parar no Goiás, enquanto Robinho aumentou a legião de ex-cruzeirenses no Grêmio. 

Não esteve na queda, mas bateu e voltou 

O zagueiro Manoel esteve emprestado ao Corinthians em 2019. Mas retornou logo no início desta temporada, sendo posteriormente emprestado ao Trabzonspor, da Turquia. Com o término de vínculo, ele foi outro atleta que voltou à Toca da Raposa e hoje é uma das opções de Ney Franco no banco de reservas até que sua situação seja solucionada. 

O mesmo aconteceu com Patrick Brey, ausente na queda, mas que voltou a BH justamente no período de pandemia. Ele estava emprestado à Ferroviária, chegou a atuar com Enderson Moreira, mas com o vínculo próximo do fim, acerta a transferência para o futebol europeu. 

Decidiu aceitar 

O volante argentino Ariel Cabral chegou a ser liberado no início do ano pela diretoria para poder acertar sua situação na Argentina. A expectativa era por um clube, mas ele acabou realmente readequando os vencimentos e seguindo na Toca. O argentino teve o contrato ampliado, mas sua presença em campo vem recebendo críticas por parte do torcedor, principalmente quando atua ao lado do veterano Henrique. 

E quem não pode voltar 

O Cruzeiro tem hoje dois atacantes que vêm se destacando por outros clubes, e justamente por firmarem um contrato de empréstimo que determina a sequência até o fim do vínculo ou então uma saída por proposta, eles não podem voltar à Raposa neste momento. São os casos de Renato Kayzer, no Atlético Goianiense, e Zé Eduardo, no América-RN. 

Kayzer já fez 10 gols pelo Dragão, mas seu contrato se encerra em março do ano que vem, o que lhe deixa próximo de poder assinar com qualquer outro clube nos próximos meses. A Raposa, todavia, possui 70% de seus direitos econômicos. O presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, revelou que iniciou conversas para estender o contrato do atacante, mas esbarrou na pedida fora da realidade atual do clube. 

Já Zé Eduardo, de apenas 21 anos, foi às redes cinco vezes pelo América-RN e já havia marcado quatro tentos quando esteve emprestado ao Villa Nova, na disputa do Mineiro deste ano. O Cruzeiro possui 100% de seus direitos econômicos, com um contrato se estendendo até 2023.