Fim do mistério?

Felipão diz que Ronaldinho 'tentou cruzar' em golaço da Copa de 2002

Treinador comenta lance do Mundial disputado no Japão e na Coreia do Sul que entrou para a história

Por Folhapress
Publicado em 01 de abril de 2020 | 14:48
 
 
Ronaldinho deu passe, marcou gol e foi expulso do confronto com a Inglaterra Divulgação/CBF

"Ele não estava tentando marcar, estava tentando cruzar", assim Luiz Felipe Scolari definiu o gol de falta marcado por Ronaldinho Gaúcho contra a Inglaterra nas quartas de final da Copa do Mundo de 2002. "O Seaman deu dois passos para frente, e foi isso", completou. Em uma longa entrevista ao jornal The Guardian, Scolari ainda revelou mágoa com a repercussão da derrota para Alemanha em 2014.

"Nossos médicos foram fundamentais. As pessoas pensam que pelo Brasil ter qualidade, os jogadores não precisam de cuidado, mas não imaginam o quanto nossos médicos foram importantes, nosso sistema de logística foi bem organizado", disse sobre o título da Copa de 2002. "Não devemos esquecer que o Ronaldo Nazário não estava jogando na Itália. Os médicos do clube disseram que era improvável que ele jogasse. Mas nosso médico, o Dr. Runco, garantiu que ele estaria pronto", lembrou.

Felipão ainda citou o controle na alimentação do Fenômeno feito pelo preparador físico Paulo Paixão. "Ele dizia: você não pode comer isso, não deve comer aquilo, não, não", relatou Scolari. "Tudo isso fez uma grande diferença", sentenciou sobre 2002 antes de opinar sobre o lance do gol que levou o Brasil à semifinal, e posteriormente ao título sobre a Alemanha, que, anos mais tarde, marcaria a carreira de Felipão de uma forma negativa.

Novamente no comando do Brasil, na semifinal disputada em casa na Copa do Mundo de 2014, Scolari viu o time levar 7 a 1, sendo eliminado de forma vexatória do torneio.

"Foi a maior bomba, o maior desastre que a seleção já sofreu. Em 1950 [Brasil perdeu a final no Maracanã para o Uruguai], perderam, foi um desastre, mas foi por 2 a 1. O número de gols foi diferente", contou. "Eu era a pessoa mais intimamente associada ao desastre. Sou até hoje. Fui eu que assumi a maior parte da culpa. Quando o Brasil venceu em 2002, eu não era o maior herói. Todos eram heróis. Eu esperava que todos nós fossemos culpados, que a imprensa reconhecesse que o Brasil perdeu. Mas não foi assim", disse.