Clássico

Torcedor é outra vez prejudicado

Divergências entre rivais adiam volta de torcidas iguais e mantêm primeiro duelo do ano no ‘90 a 10’

Por Julio Rezende
Publicado em 23 de janeiro de 2019 | 08:00
 
 
Dirigentes de Atlético e Cruzeiro não entram em acordo e torcida dividida vira sonho mais distante João Godinho - 13.9.2015

A expectativa da volta do clássico com torcidas divididas nesta temporada caiu por terra, para prejuízo dos torcedores, na primeira reunião entre Cruzeiro e Atlético realizada nesta terça-feira (22) na sede da Federação Mineira de Futebol (FMF). No encontro marcado por divergências e jogo de empurra, ficou decidido que o primeiro duelo do ano entre os rivais, no próximo domingo, no Mineirão, será disputado com 90% da carga de ingressos para torcedores da equipe celeste, mandante da partida, e 10% para os atleticanos.

No ano passado, foi levantada a possibilidade de os rivais voltarem a jogar com a torcida dividida em 50% para cada lado. Os presidentes de Cruzeiro e Atlético, Wagner Pires e Sérgio Sette Câmara, respectivamente, manifestaram a intenção do retorno do clássico com duas torcidas iguais em entrevista à rádio Super 91,7 FM.

A reunião desta terça, porém, não só adiou a proposta mas ampliou as divergências entre os clubes, como pôde apurar a reportagem, que esteve na sede da FMF. Os representantes dos rivais não esconderam o pessimismo com a possibilidade de um acordo futuro.

“Pelo que aconteceu na reunião, honestamente eu acho muito difícil de Cruzeiro e Atlético, num futuro próximo, voltarem a fazer jogos com torcidas divididas”, disse o gerente de futebol do Cruzeiro, Marcone Barbosa, na saída da reunião. “É praticamente zero (a chance de clássico com torcidas divididas), depois de uma reunião dessa, onde tudo que se fala que podia não pode”, afirmou o diretor de planejamento e marketing do Atlético, Lucas Couto.

Os dirigentes atribuíram um ao outro, de certa forma, a culpa pela falta de acordo entre as partes. “Não chegamos a um acordo. O Atlético entendeu que o fato de a renda ser integralmente do Cruzeiro dificultava, por parte deles, a possibilidade de um acordo e adiamos a conversa”, comentou Marcone. “Todas as solicitações do Atlético foram negadas. Acho difícil continuar dessa maneira, falar que vamos ter e chega aqui e não cumpre nada do que fala”, ressaltou Lucas Couto, que aventou a possibilidade de o clube recorrer à Justiça por não concordar, por exemplo, com o valor do ingresso, de R$ 120, para o torcedor alvinegro. “O Atlético vai entrar com recursos necessários para procurar seus direitos”, afirmou.